O Brasil registrou uma queda significativa no ranking mundial de democracia, divulgado pela revista britânica The Economist. O país caiu seis posições em relação ao ano anterior e agora ocupa a 57ª colocação entre 167 nações, ficando atrás de países como Argentina e Hungria. O relatório aponta fatores como decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e o contexto político nacional como elementos que influenciaram essa queda.
Brasil recua no ranking mundial de democracia
O índice elaborado pela The Economist Intelligence Unit (EIU) classifica o Brasil como uma “democracia falha”, atribuindo a perda de posições a ações do STF que impactaram a liberdade de expressão e o funcionamento das instituições. Entre os pontos mencionados, está a suspensão temporária da rede social X durante o período eleitoral de 2024 e a ameaça de multar usuários que acessassem a plataforma via VPNs. A revista classificou essa medida como sem precedentes entre democracias.
O estudo também enfatiza a investigação sobre a disseminação de desinformação contra instituições democráticas, conduzida pelo STF desde 2019, como um fator de impacto na percepção internacional sobre a democracia brasileira.
Outro elemento que influenciou negativamente a classificação do Brasil no ranking mundial de democracia foi o avanço das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, levantando preocupações sobre o papel dos militares na política nacional.
O relatório aponta que, mesmo quatro décadas após o fim do regime militar, há indícios de resistência dentro das Forças Armadas em relação à ordem democrática. A revista destaca que essa situação pode estar associada à polarização política e ao aumento da instabilidade institucional no país.
Liberdades civis e violência política em foco
A violência política e a restrição de liberdades civis também foram determinantes para a queda do Brasil no ranking mundial de democracia. O caso do suicida de Brasília em novembro de 2024, amplamente repercutido na imprensa internacional, foi apontado como um episódio que afetou a percepção de segurança e estabilidade democrática no país.
Além disso, a pesquisa Latinobarômetro de 2024 revelou que 64% dos brasileiros acreditam que a liberdade de expressão não é plenamente garantida, enquanto 62% afirmam sentir receio de expor opiniões políticas publicamente.
A queda do Brasil no ranking mundial de democracia reflete um cenário de desafios institucionais, polarização política e preocupações com liberdades civis. Fatores como decisões do STF, investigações sobre o contexto político recente e o aumento da tensão entre poderes foram determinantes para essa avaliação.