Uma pesquisa divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nesta quarta-feira (1º) revelou expectativas significativas sobre a economia brasileira. Entre os principais pontos, destaca-se que a taxa de juros deve voltar a 15%, segundo a maioria das instituições financeiras consultadas.
Este cenário reflete o ciclo de ajustes monetários promovido pelo Banco Central, visando enfrentar desafios econômicos que incluem inflação, câmbio e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Taxa de juros deve voltar a 15%
De acordo com a pesquisa, 84,2% dos bancos esperam que o Banco Central eleve a taxa básica de juros, a Selic, acima dos atuais 14,25% ao ano no ciclo de aperto monetário em curso. A mediana das projeções aponta que a taxa de juros deve voltar a 15% até junho de 2025. Este patamar reflete as respostas de 19 instituições financeiras consultadas entre os dias 17 e 20 de dezembro, durante o levantamento realizado pela Febraban.
A expectativa de juros elevados está atrelada a uma política monetária mais rígida, necessária para conter a inflação persistente e garantir a estabilidade econômica em meio a um cenário desafiador.
Os índices de inflação também preocupam os especialistas. A pesquisa revelou que 57,9% dos participantes acreditam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2025 acima de 4,5%, ultrapassando o teto da meta estabelecida. Este cenário reflete fatores como a alta atividade econômica, um mercado de trabalho aquecido e a desvalorização cambial.
Com uma inflação acima do esperado, o consumo pode sofrer retrações, impactando diretamente o poder de compra da população e as expectativas de crescimento para os próximos anos.
PIB e Crescimento Econômico em 2025
Metade dos entrevistados pela Febraban projeta que o PIB deve crescer cerca de 2% em 2025. No entanto, 27,8% dos bancos acreditam que o crescimento ficará abaixo deste patamar. A alta dos juros é apontada como um dos principais fatores que limitam o desempenho econômico.
Apesar do cenário desafiador, as expectativas mostram algum otimismo em relação à resiliência da economia, com setores estratégicos podendo sustentar a atividade ao longo do período.
Outro dado relevante é a previsão para a taxa de câmbio. Os bancos projetam que a cotação do dólar deve continuar elevada no curto prazo, atingindo máximas históricas em dezembro. Apesar disso, espera-se que o câmbio recue para cerca de R$ 5,90 até julho de 2025.
A desvalorização do real reflete incertezas fiscais e pressões externas, impactando os custos de importação e os preços internos.
Impacto fiscal e medidas de contenção
No âmbito fiscal, 66,7% dos bancos consultados estimam que o pacote aprovado no Congresso Nacional deverá gerar uma economia entre R$ 40 bilhões e R$ 55 bilhões nos próximos dois anos. Essa medida é vista como essencial para reduzir o déficit público e fortalecer a confiança dos investidores.
Ainda assim, as incertezas quanto à efetividade dessas medidas continuam sendo um ponto de atenção para o mercado financeiro. Com esses dados, fica evidente a importância de medidas consistentes para equilibrar a economia, garantindo estabilidade e crescimento sustentável nos próximos anos.