A Polícia Federal (PF) indiciou, na quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto, candidato a vice na chapa de 2022, e mais 35 pessoas. Eles são acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados à abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Detalhes do Indiciamento de Bolsonaro e Braga Netto
De acordo com o relatório da PF, que ultrapassa 800 páginas, Braga Netto e Bolsonaro, junto aos demais envolvidos, foram enquadrados em acusações que incluem a formação de uma organização criminosa. O documento detalha as ações supostamente realizadas pelo grupo com o objetivo de enfraquecer o sistema democrático no Brasil.
O processo foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que agora aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso a PGR considere haver elementos suficientes para a denúncia, caberá ao STF decidir se os investigados serão transformados em réus.
Divisão dos supostos grupos de atuação
Conforme a investigação, os indiciados foram organizados em seis núcleos com funções específicas para operacionalizar a suposta tentativa de golpe:
– Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: Atuava na propagação de informações falsas sobre o processo eleitoral, buscando desacreditar sua legitimidade.
– Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe: Tentava angariar apoio de membros das Forças Armadas.
– Núcleo Jurídico: Oferecia suporte legal para as ações planejadas.
– Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas: Era responsável pela logística e execução das ações.
– Núcleo de Inteligência Paralela: Realizava coleta de informações estratégicas fora dos canais oficiais.
– Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas: Executava ações diretas contra alvos específicos.
Envolvidos no caso
Além de Braga Netto e Jair Bolsonaro, a lista de indiciados inclui figuras de destaque no cenário político e militar. Entre os nomes citados estão ex-ministros, militares de alta patente e pessoas ligadas ao governo anterior. Abaixo, os principais:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Alexandre Castilho Bitencourt da Silva;
- Alexandre Rodrigues Ramagem;
- Almir Garnier Santos;
- Amauri Feres Saad;
- Anderson Gustavo Torres;
- Anderson de Lima Moura;
- Angelo Martins Denicoli;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira;
- Bernardo Romão Correa Netto;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha;
- Carlos Giovani Delevati Pasini;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
- Fabrício Moreira de Bastos;
- Filipe Garcia Martins;
- Fernando Cerimedo;
- Giancarlo Gomes Rodrigues;
- Guilherme Marques de Almeida;
- Hélio Ferreira Lima;
- Jair Messias Bolsonaro;
- José Eduardo de Oliveira e Silva;
- Láercio Vergílio;
- Marcelo Bormevet;
- Marcelo Costa Câmara;
- Mario Fernandes;
- Mauro Cesar Barbosa Cid;
- Nilton Diniz Rodrigues;
- Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira;
- Rafael Martins de Oliveira;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
- Tércio Arnaud Tomaz;
- Valdemar Costa Neto;
- Walter Souza Braga Netto;
- Wladimir Matos Soares.
O caso agora está nas mãos do STF, que aguardará a análise da PGR. Caso a Procuradoria apresente denúncia, os acusados poderão responder judicialmente pelas ações descritas no relatório. Entre as possíveis acusações, estão crimes contra a ordem democrática e formação de organização criminosa.