O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Distrito Federal, Wilmar Lacerda, foi preso preventivamente nesta quinta-feira (24), em Brasília, acusado de violência sexual contra duas adolescentes, de 13 e 17 anos. A ordem de prisão foi emitida pela Vara Criminal do Itapoã, com base em investigações conduzidas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Prisão de Wilmar Lacerda e investigações
A prisão de Wilmar Lacerda foi realizada em uma via pública, na entrequadra EQS 204/205, na Asa Sul, por policiais civis que cumpriam um mandado de prisão preventiva. Durante a abordagem, o celular do político foi apreendido para averiguações adicionais no curso das investigações. Lacerda foi conduzido à carceragem da Polícia Civil, onde aguarda as próximas etapas do processo.
Defesa e declaração do Partido
A defesa de Wilmar Lacerda emitiu uma nota afirmando que considera a prisão “alicerçada em premissas equivocadas e em deduções elásticas”. Os advogados ressaltam que Lacerda tem colaborado com as autoridades e permanece à disposição para esclarecimentos. Em comunicado oficial, o Partido dos Trabalhadores declarou que o vice-presidente do PT no DF está afastado de suas funções no partido até que se esclareçam os fatos.
Ligação com a Operação Predador
As acusações contra Wilmar Lacerda surgiram no contexto da Operação Predador, uma ação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que teve início em agosto de 2024.
A operação investiga uma rede de exploração sexual de adolescentes e levou inicialmente à prisão de um empresário de 61 anos, que é amigo de Lacerda. Esse empresário é suspeito de aliciar e abusar de diversas adolescentes, algumas com idade entre 12 e 13 anos.
Segundo relatos da investigação, o empresário promovia festas em uma chácara localizada em Brasília, onde adolescentes eram atraídas com presentes e outras vantagens. Em algumas ocasiões, ele teria oferecido pagamentos para que as jovens se envolvessem em atividades sexuais, chegando a valores de até R$ 1.000 para meninas virgens. Uma das vítimas, atualmente com 16 anos, relatou que os abusos começaram quando ela tinha 13 anos.
A DPCA, ao conduzir as investigações contra o empresário, descobriu possíveis ligações com Wilmar Lacerda, o que culminou na expedição do mandado de prisão preventiva contra o político. A apreensão de seu celular visa auxiliar na coleta de provas, caso existam elementos que possam confirmar as suspeitas de envolvimento com o esquema investigado.