O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a compra de novas aeronaves para renovar a frota presidencial. A decisão veio após um incidente durante um voo do México para o Brasil, em que a aeronave precisou sobrevoar o aeroporto por cerca de cinco horas devido a um problema técnico. O episódio trouxe à tona a necessidade de modernização das aeronaves usadas pela presidência.
A compra de novas aeronaves para substituir a frota
Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza na manhã de hoje (11), o presidente Lula compartilhou detalhes sobre o incidente. Ele relatou que o tempo em que a aeronave ficou no ar permitiu uma profunda reflexão sobre sua vida e carreira política.
“Foram quatro horas e meia no ar, tempo suficiente para repensar a vida”, afirmou o presidente, ressaltando o impacto emocional que o momento teve em todos a bordo.
Segundo Lula, logo após a decolagem, a tripulação identificou uma trepidação estranha, o que o levou a ir até a cabine do piloto para entender o que estava acontecendo. Lá, ele encontrou a equipe tentando lidar com a situação, que foi inicialmente atribuída a um problema em uma das turbinas. Embora o avião estivesse seguro, os pilotos optaram por sobrevoar o espaço aéreo para queimar combustível antes de uma tentativa de pouso.
Após o ocorrido, Lula decidiu que era hora de adquirir novas aeronaves para a presidência. Ele destacou que o atual modelo, conhecido popularmente como “Aerolula”, havia sido comprado durante seu primeiro mandato, em 2005, e que sua campanha política em 2006 foi fortemente impactada pela compra do avião. Apesar de ter optado pelo modelo mais barato da Airbus na época, a aquisição foi amplamente criticada.
Agora, Lula acredita que é necessário modernizar a frota presidencial para garantir a segurança de quem ocupa o cargo. A compra de novas aeronaves será direcionada tanto para o uso do presidente quanto para ministros. O presidente mencionou que pediu ao ministro da Defesa uma proposta para iniciar o processo de aquisição.
Lula relembrou a oferta feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) de encomendar uma aeronave nova para ele, antes mesmo de sua posse, em 2003. FHC, ciente das críticas que Lula poderia enfrentar, se dispôs a fazer o pedido para evitar desgastes políticos. Lula, no entanto, recusou a oferta na época, optando por manter a frota existente, que incluía dois aviões maiores, conhecidos como “sucatão”, e dois menores, chamados de “sucatinha”.
O presidente brincou que o “sucatão”, utilizado durante o início de sua presidência, era tão obsoleto que precisaria de 14 mecânicos a bordo em cada viagem. “Quando o avião parava, caía um parafuso”, ironizou, destacando o quanto a frota estava ultrapassada.
Com essa lembrança, Lula reforçou sua crença de que o presidente da república não deve correr riscos desnecessários, e que a compra de novas aeronaves é uma medida essencial para garantir a segurança do transporte presidencial.