*Sêmia Mauad/ Opinião MT
Mensagens trocadas entre o advogado Roberto Zampieri, assassinado em Cuiabá em dezembro do ano passado, e o desembargador do Tribunal de Justiça, Sebastião Moraes Filho, indica “proximidade absolutamente imprópria”, é o que aponta as investigações.
A apuração ainda traz detalhes das conversas entre os dois que indicaria um suposto esquema de venda de sentenças judiciais.
Reportagem veiculada na Revista Veja mostra que tanto Zampieri quanto o desembargador teriam relação além da profissional. O advogado costumava visitar o magistrado e haviam conversas entre os dois sobre férias e processos.
Segundo a matéria, o juiz inclusive teria liberdade para dizer ao desembargador quais ações eram de seu interesse. Chamou atenção da investigação também um pix que o advogado teria dito ao desembargador estar “errado” para a realização de uma transferência. Alguns dias depois ele mandou mensagem ao desembargador afirmando que o “pagamento da sobrinha” tinha sido efetuado.
A Veja ainda afirma que no segundo semestre do ano passado, os dois começaram a ficar apreensivos depois de possíveis provas contra o desembargador e o advogado surgirem. A investigação aponta que haveria até mesmo imagens de Zampieri indo a casa do desembargador.
Duas semanas antes de ser morto, Zampieri havia compartilhado uma foto em que ele segurava duas barras de ouro em uma das mãos. Segundo a polícia, o ouro teria sido repassado ao desembargador como pagamento para favorecer sentenças.
O desembargador Sebastião Moraes Filho, está afastado do cargo desde agosto deste ano, quando tiveram início as investigações. O Conselho Nacional de Justiça mantém o afastamento dele porque haveria indícios de “vantagens indevidas” por meio de um “esquema de venda de decisões judiciais”.