Durante uma inspeção de rotina na barragem Forquilha III, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto, Minas Gerais, a Vale identificou trincas superficiais. Apesar da descoberta, a mineradora assegurou que a estabilidade da barragem permanece intacta. As medidas preventivas e de monitoramento foram reforçadas para garantir a segurança da estrutura, e um plano de ação está em andamento.
Trincas na Barragem Forquilha III
A mineradora Vale divulgou que as trincas encontradas na barragem Forquilha III possuem caráter superficial, com espessura de 1 cm e extensão variando entre 2 e 5 metros. Apesar dessas fissuras, a empresa mantém o compromisso de garantir a segurança da barragem, afirmando que a estabilidade da estrutura não foi comprometida.
As inspeções foram intensificadas e um plano de ação foi imediatamente implementado para avaliar possíveis intervenções. A Vale está em constante comunicação com as autoridades competentes, mantendo-os informados sobre os resultados das análises e quaisquer atualizações sobre as condições da barragem.
Além das trincas relatadas inicialmente, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) também identificou duas novas fissuras durante uma fiscalização. Estas medem 10 metros e 4 metros de comprimento, respectivamente. Segundo a Feam, as condições climáticas, especialmente o longo período de estiagem, podem ter causado o ressecamento do solo, resultando no aparecimento das trincas.
A organização ambiental reforçou que as trincas, até o momento, são superficiais, mas exigem monitoramento constante e estudo mais aprofundado. A Vale foi instruída a desenvolver e protocolar um plano de inspeção completa da barragem, que inclui a caracterização e o tratamento das trincas para evitar possíveis problemas no futuro.
Monitoramento contínuo e medidas de segurança
A barragem Forquilha III está atualmente em nível 3 de emergência, o mais alto na escala de risco. Essa classificação implica um monitoramento contínuo e ações de precaução rigorosas. O nível máximo de emergência significa que a barragem requer atenção permanente e ações preventivas para garantir sua estabilidade.
Com 77 metros de altura e capacidade para armazenar 19,4 milhões de metros cúbicos de rejeitos, a Forquilha III é uma das barragens que integram o plano de descaracterização de estruturas similares em Minas Gerais, com conclusão prevista para 2035.
Embora não haja comunidades diretamente afetadas pela zona de risco em caso de rompimento, o esvaziamento das áreas circunvizinhas foi mantido como medida de precaução. Esta não é a primeira vez que a barragem Forquilha III apresenta irregularidades. Em março de 2024, uma anomalia foi identificada em um dreno da barragem, que apresentou acúmulo de material sedimentado em sua saída.
Naquela ocasião, a mineradora Vale informou que a estabilidade estrutural da barragem também não havia sido afetada. Após essa descoberta, as obras de reparo foram concluídas em abril, e o problema foi considerado solucionado.