Nesta terça-feira (19), a Ucrânia utilizou pela primeira vez os mísseis de longo alcance (ATACMS), fornecidos pelos Estados Unidos, em um ataque ao território russo. Os mísseis foram lançados contra a região de Bryansk, aumentando as tensões no conflito. Em resposta, a Rússia declarou considerar essa ação uma intervenção direta dos EUA e anunciou medidas que indicam uma escalada no uso de armas nucleares.
O ataque com mísseis de longo alcance
De acordo com informações do Ministério da Defesa russo, seis mísseis ATACMS foram disparados pela Ucrânia em direção à região de Bryansk, localizada no sudoeste da Rússia, próximo à fronteira entre os dois países. O ataque ocorreu durante a madrugada e foi parcialmente interceptado pelas forças russas.
Ainda segundo o governo russo, cinco dos mísseis foram neutralizados, enquanto o sexto foi apenas parcialmente destruído. Os destroços de um dos artefatos caíram em uma área militar, provocando um incêndio, mas sem causar danos significativos à infraestrutura local.
O ataque marcou a primeira vez que a Ucrânia utilizou os mísseis de longo alcance cedidos pelos Estados Unidos, fato que foi confirmado por fontes do governo norte-americano e do Exército ucraniano à agência de notícias Reuters. Apesar disso, o governo de Kiev manteve a prática de não comentar oficialmente sobre ações militares realizadas em território russo.
Reação da Rússia e flexibilização de normas nucleares
A resposta russa ao ataque não se limitou à interceptação dos mísseis. Moscou declarou que o uso dos ATACMS por Kiev representa uma intervenção direta dos Estados Unidos no conflito, aumentando o risco de um confronto mais amplo.
Ainda na terça-feira, a Rússia anunciou a flexibilização de seus parâmetros para o uso de armas nucleares, reforçando o tom de ameaça diante da escalada. Como maior potência nuclear do mundo, o país tem adotado uma postura mais agressiva, o que intensifica as preocupações da comunidade internacional em relação ao potencial de um conflito nuclear.
Para Moscou, a introdução dos ATACMS no campo de batalha representa um agravamento das tensões, especialmente porque o alcance desses mísseis permite ataques mais profundos em território russo. Por outro lado, para Kiev, esses armamentos podem ser decisivos na tentativa de retomar o controle sobre áreas ocupadas pelas forças russas.