Um tremor de terra de magnitude 3,2 na Escala Richter atingiu o município de Ribeirão Cascalheira, em Mato Grosso, na última quarta-feira (24). O abalo sísmico, considerado de baixa intensidade, foi registrado pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e analisado pelo Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo).
Apesar da baixa magnitude, tremor não foi sentido pela população
Apesar da baixa magnitude, o tremor não foi sentido pela população local. Segundo a RSBR, isso se deve à profundidade do epicentro do terremoto, que foi registrado a 10 km abaixo da superfície terrestre.
Embora o Brasil seja considerado um país sismicamente calmo, terremotos de baixa intensidade são relativamente frequentes em algumas regiões do país, como em Mato Grosso. Em 29 de fevereiro deste ano, um tremor de magnitude 2,6 foi registrado em Tabaporã, também no estado.
O maior terremoto já registrado no Brasil ocorreu em 1955, na região da Serra do Tombador, a 370 km ao norte de Cuiabá. O evento atingiu magnitude 6,2 na Escala Richter e causou danos materiais em algumas cidades da região.
Entendendo a diferença entre terremoto e tremor de terra
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) explica que a diferença entre terremoto e tremor de terra reside na magnitude do evento. Terremotos são eventos sísmicos de maior magnitude, enquanto tremores de terra são eventos de menor magnitude. A origem e a natureza dos dois tipos de eventos são as mesmas, diferenciando-se apenas pela extensão da área de ruptura.
Os terremotos provocam o surgimento de ondas sísmicas, que se propagam em todas as direções a partir do epicentro do evento. Essas ondas podem ser de dois tipos: ondas primárias (P) e ondas secundárias (S). As ondas P são as mais rápidas e as primeiras a serem registradas pelos sismógrafos. Já as ondas S são mais lentas e podem ser utilizadas para determinar a profundidade do foco do terremoto.
A magnitude de um terremoto é medida na Escala Richter, criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles Richter. Essa escala é logarítmica, o que significa que um aumento de uma unidade na escala representa um aumento de dez vezes na amplitude das ondas sísmicas.
Terremotos de grande magnitude, como aqueles com magnitude superior a 7,0 na Escala Richter, podem causar danos extensos à infraestrutura e perda de vidas. Para se ter uma ideia da força destrutiva de um terremoto de grande magnitude, um evento com magnitude 9 pode provocar uma rachadura que cortará a crosta terrestre numa distância equivalente à que separa o Rio de Janeiro de São Paulo, com cada bloco se afastando 10 metros em relação ao outro.
Apesar do risco, Brasil tem baixa frequência de terremotos fortes
Apesar do risco de terremotos, o Brasil tem uma baixa frequência de eventos de grande magnitude. Em 90% dos casos, a magnitude dos terremotos no país não ultrapassa 7,0 graus.
Embora o Brasil seja considerado um país sismicamente calmo, eventos sísmicos de grande magnitude em países vizinhos podem ser sentidos em território brasileiro. Um exemplo disso ocorreu em 8 de junho de 1994, quando a cidade de Porto Alegre (RS) foi atingida pelas ondas sísmicas de um terremoto que ocorreu na Bolívia, a 2.200 km de distância.
O recente tremor de terra em Ribeirão Cascalheira serve como um lembrete de que, apesar de ser um país sismicamente calmo, o Brasil não está isento do risco de terremotos. É importante que a população esteja ciente dos riscos e saiba como se proteger em caso de um evento sísmico.