O temporal que atingiu o estado de São Paulo na noite desta sexta-feira (11) trouxe graves consequências, com ventos de mais de 100 quilômetros por hora. O fenômeno causou a morte de pelo menos sete pessoas e deixou cerca de 1,6 milhão de residências e estabelecimentos sem energia elétrica. A concessionária responsável, Enel São Paulo, está sob pressão para resolver os danos e restabelecer os serviços de forma célere, enfrentando críticas tanto da população quanto de autoridades políticas.
Danos causados pelo temporal
A forte tempestade afetou especialmente as regiões da Zona Oeste e Zona Sul da capital, bem como cidades vizinhas, como Carapicuíba, Taboão da Serra, Cotia, Osasco e Barueri. O temporal, com ventos que ultrapassaram os 100 km/h, derrubou árvores, postes e danificou a infraestrutura elétrica, comprometendo o fornecimento de energia para milhões de pessoas.
A Enel, concessionária responsável pelo serviço na região, informou que, no pico do problema, 2,1 milhões de clientes estavam sem luz. Contudo, ao longo da noite, aproximadamente 500 mil endereços tiveram a energia restabelecida.
Em resposta aos danos causados pelo temporal, a Enel divulgou em suas redes sociais que o vendaval provocou sérios danos à rede de distribuição elétrica.
A concessionária afirmou que suas equipes estão trabalhando ininterruptamente, com operações 24 horas por dia nas ruas, nos canais de atendimento e em seu centro de controle. O objetivo é reparar o quanto antes a rede elétrica danificada pelo temporal e restabelecer o fornecimento de energia para os clientes afetados.
Consequências políticas
O temporal também gerou um debate político em São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) voltou a criticar a Enel, atribuindo a responsabilidade pelos problemas enfrentados na cidade à empresa de energia. Nunes, que acompanha de perto os trabalhos de recuperação, afirmou que a falta de eficiência da Enel é a principal responsável pelos transtornos ocorridos após o temporal.
O prefeito evitou mencionar a questão da infraestrutura elétrica predominantemente aérea da cidade, que aumenta a vulnerabilidade em situações de eventos climáticos severos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também se pronunciou sobre o impacto do temporal e a atuação da Enel no processo de recuperação. Silveira solicitou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cobre agilidade da empresa na normalização do serviço.
Segundo o ministro, os problemas recorrentes enfrentados em São Paulo apontam para uma falha na fiscalização da distribuidora por parte da Aneel, o que gera insatisfação entre a população. O governo federal já havia requerido a caducidade da concessão da Enel há mais de um ano, mas o processo ainda não teve andamento.