Um recente estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a relevância da legislação de transparência salarial revelou que, em média, as mulheres ganham 20% menos do que os homens globalmente. Os dados do Relatório da OIT sublinha a necessidade de medidas eficazes para combater a discriminação de gênero no mercado de trabalho.
Relatório da OIT 2024
De acordo com a OIT, embora fatores como educação, tempo de trabalho, segregação ocupacional, habilidades e experiência expliquem parte das diferenças salariais entre homens e mulheres, uma grande parcela dessa disparidade é atribuída à discriminação de gênero. O estudo enfatiza que a implementação de legislações de transparência salarial pode ser uma ferramenta poderosa para mitigar essas desigualdades.
A pandemia de COVID-19 exacerbou as desigualdades de gênero no mercado de trabalho. As mulheres foram desproporcionalmente afetadas pela crise, tanto em termos de segurança de renda quanto na divisão das responsabilidades familiares. Setores onde as mulheres são majoritárias foram especialmente impactados, ameaçando reverter décadas de avanços na igualdade de gênero.
O Relatório da OIT mapeia detalhadamente a legislação de igualdade salarial em diversos países e discute os prós e contras da transparência salarial. O documento destaca o papel crucial das organizações de empregadores e trabalhadores na implementação dessas medidas. Uma pesquisa online com parceiros sociais revelou percepções sobre a aplicação da transparência salarial e sugestões para sua melhoria.
Diversos países estão adotando abordagens variadas para promover a transparência salarial, como divulgação periódica de salários, auditorias de pagamento e direito de acesso a dados salariais pelos trabalhadores. A OIT conclui que uma parceria social ativa é essencial para alcançar os objetivos da legislação e eliminar a discriminação salarial.
Seminário Virtual e discussões globais
As conclusões do estudo foram discutidas em um seminário virtual organizado pela Equal Pay International Coalition (EPIC) em 16 de setembro, em comemoração ao Dia Internacional da Igualdade Salarial de 2022. O evento abordou desafios e oportunidades enfrentados por governos, trabalhadores e empregadores na redução das disparidades salariais de gênero e destacou a eficácia das medidas de transparência salarial.
Manuela Tomei, diretora do Departamento de Condições de Trabalho e Igualdade da OIT, afirmou que a transparência salarial ainda está em seus estágios iniciais, com diferentes países adotando abordagens diversas. Tomei destacou a importância de desenvolver soluções inovadoras para enfrentar a discriminação salarial e enfatizou a necessidade de mais tempo para avaliar a eficácia dessas medidas.
A transparência salarial é uma ferramenta promissora para combater as desigualdades de gênero no mercado de trabalho. O estudo da OIT evidencia que, apesar de avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que mulheres e homens recebam salários justos e equitativos.
A colaboração entre governos, empregadores e trabalhadores será crucial para alcançar uma verdadeira igualdade salarial e eliminar a discriminação de gênero.