*Sêmia Mauad/ Opinião MT
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) fez duras críticas sobre o decreto assinado pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que trata de novas regras restritivas para o uso da força pela polícia.
Segundo o governador o decreto é uma “inversão de valores”, disse ele em entrevista a rádio Jovem Pan, veiculada nesta segunda-feira, dia 06 de janeiro.
“Nós estamos invertendo os valores. Quando deveríamos estar criando leis, decretos, normas, procedimentos para combater as facções criminosas, nós estamos fazendo decreto para conter a polícia, a atuação das Forças de Segurança no Brasil. É o fim da picada. Não concordo com isso”, foi enfático o governador.
Ele ainda complementou que há a necessidade de “apertar o cerco contra as facções criminosas, não contra os policiais”.
Uma das mudanças que mais provocaram polêmica foi o uso de armas de fogo, que deve ser o último recurso da polícia contra os bandidos.
“Esse decreto traz alguns pontos, que sim, preocupam. Um deles é dizer, por exemplo, se te uma barreira policial e o cara romper a barreira você não pode fazer uma abordagem com força máxima usando uma arma letal. Isso é um salvo-conduto para um traficante encher o carro de droga, haver uma barreira policial, e ele passar normalmente”, criticou.
Mauro Mendes concluiu dizendo que o estado não vai adotar as diretrizes do decreto e que o estado vai abrir mão dos repasses dos fundos de segurança pública que estão vinculados ao cumprimento do decreto.
“Vincular recursos acho que foi uma medida no mínimo deselegante do Governo Federal, porque a contribuição que ele dá aos estados para a Segurança Pública é muito pequena. Qualquer recurso é válido, entretanto, o Ministério não poderia fazer esse tipo de abordagem dizendo:faça aquilo que estou dizendo ou não ajudo financeiramente”, concluiu o governador.