Desde esta segunda-feira (29), a Venezuela tem sido palco de intensas manifestações contra o resultado das recentes eleições presidenciais, que declararam Nicolás Maduro como vencedor. A situação tem gerado uma onda de protestos em diversas cidades do país, resultando em quatro mortes, 749 prisões e 44 feridos, conforme relatado por várias ONGs locais.
Protestos na Venezuela
Os manifestantes tomaram as ruas para expressar sua indignação com a vitória de Maduro, em meio a alegações de fraude eleitoral e apelos internacionais por transparência na contagem dos votos. A oposição, representada por figuras como María Corina Machado e Edmundo González, organizou protestos significativos, incluindo um em frente à sede da ONU em Caracas.
De acordo com a ONG Pesquisa Nacional de Hospitais, que monitora a crise hospitalar na Venezuela, as mortes ocorreram em Caracas e Aragua. A ONG Foro Penal, que defende presos políticos, relatou uma morte adicional em Yaracuy. Ao todo, 749 pessoas foram presas durante os confrontos com as forças de segurança, segundo informações da agência de notícias AFP.
A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, questiona a legitimidade dos resultados eleitorais que favoreceram Maduro. Em resposta, Edmundo González expressou solidariedade ao povo venezuelano em suas redes sociais, destacando a indignação justificada da população.
Confrontos e repressão
Manifestantes em Caracas enfrentaram a repressão das forças de segurança, incluindo homens mascarados e armados que bloquearam o caminho dos protestantes. Gritos de “liberdade” e “vai cair, vai cair, este governo vai cair” ecoaram pelas ruas. Protestos semelhantes ocorreram em outras regiões da capital e em cidades como Coro e Maracay, onde foram relatados o uso de gás lacrimogêneo pelas autoridades.
Os protestos na Venezuela têm sido amplamente documentados nas redes sociais, com manifestantes queimando cartazes de campanha de Maduro e utilizando bandeiras, panelas e instrumentos de percussão para amplificar seus gritos de protesto. Em Petare, uma das maiores favelas de Caracas, milhares de pessoas se reuniram sob a chuva, clamando pelo fim do governo.
Reação do Governo
O governo venezuelano, através de seus canais oficiais, proclamou a vitória de Nicolás Maduro, alegando que obteve a maioria dos votos válidos. No entanto, pesquisas independentes de boca de urna sugeriram uma vitória significativa da oposição, liderada por González e Machado, levantando dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral.
A crise na Venezuela continua a se intensificar à medida que a população desafia os resultados eleitorais e a legitimidade do governo de Nicolás Maduro. Com a comunidade internacional observando de perto e os manifestantes mantendo a pressão nas ruas, a situação permanece volátil e imprevisível.