Os preços da energia elétrica residencial no Brasil registraram um aumento de 16,8% em fevereiro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa elevação teve impacto direto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), contribuindo com 0,65 ponto percentual para a taxa geral de inflação no período.
Aumento na energia elétrica eleva inflação de fevereiro
O aumento foi impulsionado pelo fim do Bônus de Itaipu, que havia proporcionado um desconto significativo nas contas de luz em janeiro. O governo havia concedido esse benefício para cerca de 78 milhões de consumidores, permitindo uma redução de até R$ 49 nas faturas de energia elétrica. Com o encerramento desse desconto, as tarifas voltaram aos patamares normais, gerando impacto significativo no custo da eletricidade.
Com a alta na energia elétrica, o IPCA de fevereiro apresentou uma variação de 1,31%, marcando o maior aumento para um mês de fevereiro desde 2003. Caso o setor de habitação fosse desconsiderado, o índice de inflação teria sido de 0,78% no mês. Em um período de 12 meses, a inflação acumulada chegou a 5,06%, superando a meta de 3% estabelecida pelo Banco Central.
Além da energia elétrica, outros setores também impactaram a inflação de fevereiro. O setor de educação registrou um aumento de 4,7% devido ao reajuste das mensalidades escolares. Os preços de alimentação e bebidas subiram 0,7%, embora tenham apresentado desaceleração em relação a janeiro, quando a alta foi de 0,96%.
No setor de transportes, houve um aumento médio de 2,89% nos preços dos combustíveis. Entre os reajustes, o óleo diesel subiu 4,35%, o etanol 3,62% e a gasolina 2,78%. Os preços monitorados, que incluem serviços e tarifas reguladas pelo governo, subiram 3,16%, contrastando com a queda de 1,52% registrada em janeiro. A inflação dos serviços aumentou de 0,78%, em janeiro, para 0,82%, em fevereiro, acumulando 5,32% nos últimos 12 meses.
Selic e o controle da inflação
A taxa básica de juros, Selic, permanece em 13,25% ao ano, após sucessivos aumentos promovidos pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central utiliza a Selic como um dos principais instrumentos para conter a inflação, buscando equilibrar o crescimento econômico e o controle dos preços.
O aumento expressivo da energia elétrica teve impacto direto na inflação de fevereiro, elevando significativamente o IPCA e pressionando o orçamento das famílias brasileiras. O encerramento do Bônus de Itaipu foi um dos principais fatores para a alta, somando-se a outros aumentos em setores como educação, transportes e alimentação.
Com a inflação acumulada acima da meta do Banco Central, medidas monetárias seguem sendo aplicadas para conter o avanço dos preços e estabilizar a economia.