O preço da carne bovina no Brasil registrou um aumento de 20,84% em 2024, conforme dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10). Esse reajuste coloca a carne como um dos itens de maior impacto na inflação de alimentos no país, que atingiu 7,69% neste ano.
Histórico do preço da carne bovina
O aumento no preço da carne bovina em 2024 representa o maior registrado desde 2019, quando houve um salto de 32,4%. Esse incremento reflete a instabilidade do mercado ao longo dos últimos anos. Durante a pandemia de Covid-19 em 2020, por exemplo, o preço da carne subiu 17%, impulsionado pelas dificuldades econômicas causadas pelas restrições sanitárias.
Nos anos seguintes, o cenário apresentou variações. Em 2021, o reajuste médio foi de 8,45%, enquanto em 2022 desacelerou para 1,8%. Já em 2023, a carne bovina apresentou queda de 9%, influenciada pela interrupção temporária das importações pela China, principal compradora da proteína brasileira. Essa pausa gerou um excedente no mercado interno, reduzindo os preços temporariamente.
De acordo com o IBGE, a carne bovina foi responsável por 0,52 ponto percentual da inflação de alimentos, que acumulou alta de 7,69% em 2024. Os cortes mais nobres, como picanha (8,7%) e filé-mignon (18,5%), registraram aumentos consideráveis. Contudo, o impacto foi ainda mais significativo em cortes populares.
Principais altas nos cortes de carne:
– Contrafilé: 20,1%;
– Peito: 20,2%;
– Alcatra: 21%;
– Costela: 21,3%;
– Lagarto: 22,8%;
– Pá: 22,9%;
– Patinho: 24,1%;
– Acém: 25,2%.
Esses reajustes foram sentidos diretamente pelos consumidores, especialmente os que dependem de cortes mais acessíveis para compor a alimentação diária.
Com o aumento expressivo no preço da carne bovina, muitas famílias têm buscado alternativas mais econômicas para substituir a proteína em suas refeições. A substituição por carne de frango, suína ou ovos tem sido uma tendência crescente, especialmente entre os consumidores de menor poder aquisitivo.
Além disso, o impacto na inflação de alimentos contribuiu para aumentar o custo de vida, reduzindo o poder de compra da população. Esse cenário levanta preocupações quanto à segurança alimentar em um contexto de desaceleração econômica.