O preço da carne de frango atingiu o maior valor desde o final de 2022, conforme aponta um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP). O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (29), revela que o aumento permanece constante, mesmo em períodos tradicionalmente marcados pela redução de demanda, como no final de cada mês.
Alta no preço da carne de frango preocupa consumidores
Segundo o estudo conduzido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, os preços estão operando nos patamares mais elevados em termos reais. A pesquisa destaca que, em média, os produtos congelados e in natura atingem valores superiores a R$ 8 no mercado paulista.
De acordo com os dados do Cepea, a valorização do preço da carne de frango ocorre mesmo diante da retração do poder de compra da população, algo que tipicamente reduz o consumo. Os pesquisadores apontam que o mercado doméstico mantém-se firme, sem sinais de queda significativa nos preços.
Essa alta reflete diretamente no bolso dos consumidores, uma vez que o frango é uma das proteínas mais acessíveis e amplamente consumidas no Brasil. Com uma média anual de consumo de carne de 100 kg por habitante, o frango representa cerca de 50% desse total, evidenciando a importância desse produto na dieta dos brasileiros.
O Brasil é um dos maiores produtores de carne de frango no mundo, ao lado de países como Estados Unidos e China. Em 2024, a produção nacional deve alcançar 15 milhões de toneladas, consolidando o país como líder em exportações do setor. Aproximadamente 67% dessa produção é destinada ao mercado interno, enquanto o restante abastece o comércio internacional.
Os frigoríficos brasileiros desempenham papel fundamental na liderança global de exportação de carne de frango. Essa dinâmica reforça a relevância do país no cenário internacional, ao mesmo tempo em que pressiona os preços no mercado interno, devido à demanda externa elevada.
Impactos na Economia
A elevação do preço da carne de frango gera preocupações tanto para consumidores quanto para o setor alimentício. O aumento impacta diretamente famílias de baixa renda, que dependem desse tipo de proteína como alternativa mais acessível em relação à carne bovina.
Além disso, o setor de alimentação enfrenta desafios na manutenção de margens de lucro, com muitos estabelecimentos reajustando seus cardápios. A pressão também se reflete nos custos de produção para outros segmentos que utilizam o frango como ingrediente principal, como a indústria de congelados.