O PL da Anistia, que busca conceder perdão aos envolvidos nos atos de vandalismo em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, não avançou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (11). A oposição ao governo Lula não conseguiu os votos necessários para incluir o projeto na pauta da sessão, adiando a discussão para um momento posterior.
A PL da anistia na CCJ
A tentativa de pautar o PL da Anistia na CCJ foi frustrada pela obstrução da base governista, que impediu a leitura do relatório na sessão anterior, realizada no dia 10 de setembro. A presidente da comissão, deputada Caroline de Toni (PL-SC), esperava incluir o projeto na pauta extra da sessão de quarta-feira, mas, para isso, eram necessários 34 votos. No entanto, a oposição não conseguiu angariar o apoio necessário.
Um dos fatores que influenciaram o adiamento foi a posição do partido União Brasil, que defende que o PL da Anistia só seja discutido após as eleições municipais de outubro deste ano. Entretanto, conforme apurou a reportagem, o verdadeiro motivo pode estar relacionado à eleição para a Mesa Diretora da Câmara, prevista para 2025.
Nesse contexto, o PL da Anistia estaria sendo usado como moeda de troca para garantir apoios futuros, o que resultou no adiamento de sua discussão.
Durante a sessão da CCJ, o relator do projeto, deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), criticou a postura do governo, afirmando que a vida dos envolvidos nos atos de janeiro está sendo usada como barganha política. “Estamos vendo uma manobra do governo e da esquerda, utilizando a vida de seres humanos como moeda de troca”, declarou Valadares.
O deputado expressou sua confiança de que, apesar das obstruções, a anistia será aprovada em algum momento. “Vamos ter anistia no Brasil”, afirmou ele.
Disputas políticas e adiamento
O clima político dentro da CCJ tem sido marcado por constantes manobras e obstruções, dificultando a análise do PL da Anistia. Segundo a presidente da comissão, Caroline de Toni, a falta de consenso está prejudicando o andamento dos trabalhos da CCJ.
Ela destacou que, embora o projeto seja de grande importância para muitos parlamentares, sua votação deve ocorrer apenas após as eleições municipais. “Temos nosso compromisso com as famílias”, afirmou Caroline, indicando que a pauta voltará a ser debatida em outubro.
O PL da Anistia continua sendo um tema central nas discussões da oposição ao governo Lula. Embora o projeto tenha enfrentado obstruções e adiamentos, seus defensores acreditam que ele será votado após as eleições municipais.
A expectativa é que, com a volta dos trabalhos na CCJ em outubro, o tema ganhe força novamente, permitindo que a pauta da anistia seja finalmente debatida e decidida no Congresso.