*Sêmia Mauad/Opinião MT
A investigação realizada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) identificou que servidores públicos do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande, DAE/VG, cobravam para realizar os serviços que o órgão deveria oferecer a população.
As auditorias feitas indicaram prejuízos a autarquia por conta da exclusão ilegal de débitos de clientes e também diminuição do valor das faturas. Servidores realizavam tais ações criminosas mediante pagamento de propina.
A polícia estima que desde o ano de 2019, as fraudes representaram para a autarquia, prejuízos que ultrapassam os R$ 11 milhões de reais.
Foram realizados pela polícia civil, o bloqueio de contas dos 22 supostos envolvidos e sequestro de 6 imóveis e 26 veículos.
O Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) ainda determinou a auditoria nas modificações de valores nas contas de água que foram feitas pelo DAE, desde 2019.
PRESOS E INVESTIGADOS PELA POLÍCIA CIVIL
O vereador e candidato à reeleição, Pablo Pereira (União Brasil), foi preso na manhã desta sexta-feira, dia 20 de setembro, durante Operação Gota d’água, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Foi determinado o afastamento do mandato parlamentar dele. O objetivo da ação policial é desarticular esquema criminoso atuante dentro da Diretoria Comercial do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande.
A polícia esteve no gabinete do parlamentar para realizar busca e apreensão.
O diretor comercial do DAE/VG, Alessandro Macaúbas Leite de Campos, também é alvo da operação. Ele foi afastado do cargo durante cumprimento de mandados de busca e apreensões.
No total, foram cumpridos 123 mandados judiciais, expedidos pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo). Os documentos incluem prisões preventivas, mandados de busca e apreensão, suspensão de função pública, sequestro de bens, além de bloqueio de valores e medidas cautelares.
A principal medida da Operação é realizar a intervenção imediata da Prefeitura na diretoria comercial do DAE com a intenção de restabelecer a prestação regular e efetiva do serviço público de abastecimento de água e esgoto, que estava sendo comandado pelos criminosos acusados.
15 servidores da Diretoria Comercial do DAE estão sendo afastados. Um servidor da Câmara de Vereadores, um funcionário também de uma empresa terceirizada que presta serviços a diretoria.
O Nipo ainda determinou realização de auditoria nas modificações de valores de contas de água que foram feitas pela Diretoria Comercial do DAE.
Os crimes, segundo a polícia estariam sendo praticados desde o ano de 2019. Indícios apontam que os servidores do órgão realizariam o efetivo serviço somente depois de pagamento de propina.