*Sêmia Mauad/ Opinião MT
A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou na manhã desta terça-feira, dia 06 de maio, a Operação Porta 67, com o objetivo de cumprir ordens judiciais contra um grupo criminoso suspeito de praticar o chamado “golpe da portabilidade telefônica”. A ação cumpre quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande.
Segundo as investigações, o esquema envolvia o uso indevido de acessos internos das operadoras de telefonia, aquisição e descarte sistemático de chips, além da utilização de logins legítimos para burlar os mecanismos de segurança das empresas. As ações do grupo resultaram não apenas em prejuízo à vítima principal, mas também representaram um grave risco à segurança digital de autoridades públicas e cidadãos em geral.
A investigação teve início em maio de 2023, após uma autoridade política do estado de Mato Grosso do Sul ser vítima do golpe. A vítima perdeu o acesso à sua linha telefônica após ter o número transferido indevidamente para outra operadora, por meio da utilização fraudulenta de seus dados pessoais.
As apurações revelaram que a portabilidade indevida foi solicitada via ligação ao canal interno da operadora, feita por um número registrado em nome de uma ex-funcionária da empresa. A suspeita teria se autenticado indevidamente com as credenciais de uma vendedora de uma loja autorizada em um shopping de Várzea Grande.
O chip utilizado para habilitar a linha objeto da fraude havia sido inicialmente ativado por outra investigada, que, junto a um comparsa, realizava compras frequentes de grandes quantidades de chips pré-pagos. Esses chips eram posteriormente cancelados e reaproveitados em outras fraudes.
Com a constatação de que a fraude ocorreu em Várzea Grande, o inquérito instaurado inicialmente pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foi remetido à Polícia Civil de Mato Grosso, que passou a apurar os crimes de estelionato tentado e associação criminosa.
As penas podem ultrapassar seis anos de reclusão.