A Polícia Federal deu um passo importante nesta sexta-feira (8) ao indiciar o ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, do PRTB, sob a acusação de uso de documento falso durante o período eleitoral. Marçal é acusado de compartilhar nas redes sociais um laudo médico falso sobre seu adversário Guilherme Boulos, do PSOL, visando prejudicá-lo na disputa eleitoral.
O caso do laudo contra Boulos
No dia 4 de outubro, às vésperas do primeiro turno das eleições municipais, Pablo Marçal divulgou em suas redes sociais um laudo médico que supostamente atestava o uso de drogas por Guilherme Boulos. A publicação, segundo as investigações, era um ataque direto à imagem do candidato do PSOL e visava influenciar a percepção do eleitorado. Esse laudo, que teria sido assinado por um médico, foi logo questionado quanto à sua autenticidade, dando início a uma investigação detalhada conduzida pela Polícia Federal.
Após a publicação, o PSOL prontamente denunciou o ocorrido ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), que, em parceria com a Polícia Federal, iniciou uma investigação preliminar. O caso foi posteriormente encaminhado para uma análise técnica mais minuciosa.
Com o apoio da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, a investigação revelou que o documento apresentado por Marçal era falsificado. Exames periciais confirmaram que a assinatura do médico, presente no laudo, não era autêntica, levando à confirmação de que se tratava de um documento fraudulento.
Depoimento de Marçal e defesa
Em depoimento na Superintendência Regional da Polícia Federal, Pablo Marçal negou envolvimento direto na criação do laudo falso. Ele alegou que a postagem foi feita por membros de sua equipe, sem seu conhecimento sobre a adulteração do documento.
Segundo Marçal, ele teria apenas autorizado a publicação, sem se inteirar da veracidade do conteúdo. Sua defesa argumentou que ele estava apenas exercendo seu direito de livre manifestação do pensamento. Contudo, a justificativa foi questionada judicialmente, já que o uso de informações falsas em campanhas eleitorais é passível de sanções legais.
Após o indiciamento, Pablo Marçal passou a enfrentar possíveis complicações legais. Embora mantenha sua alegação de inocência, as investigações continuam para apurar o envolvimento de sua equipe e as reais motivações por trás do ato. O Tribunal Regional Eleitoral e a Polícia Federal ainda avaliarão a autenticidade das alegações do ex-candidato, especialmente quanto ao seu desconhecimento sobre a falsidade do documento.
A defesa de Marçal terá um papel central no andamento do caso, e o grau de envolvimento do ex-candidato e de seus colaboradores poderá ser esclarecido à medida que a investigação prossegue. O processo deve também averiguar a responsabilidade de sua equipe na produção e divulgação do conteúdo falso, um ponto crucial para definir as penas e responsabilidades associadas ao caso.