O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, negou o recurso apresentado contra a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Walter Braga Netto, à inelegibilidade por abuso de poder político e econômico nas celebrações do Bicentenário da Independência.
Recurso Rejeitado
Na última sexta-feira (24), Alexandre de Moraes publicou sua decisão, que foi divulgada neste domingo (26). Os advogados da chapa de Bolsonaro tentaram encaminhar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) através de um recurso extraordinário. No entanto, o pedido foi rejeitado por não atender aos requisitos processuais exigidos pela lei.
Moraes justificou sua decisão apontando a falta de cerceamento do direito de defesa dos réus e destacou que a decisão da Corte Eleitoral não violou a Constituição. Segundo ele, a controvérsia foi resolvida com base nas peculiaridades do caso concreto, e reavaliar o conjunto de provas não seria compatível com o recurso apresentado.
Histórico de Inelegibilidade
Em outubro do ano passado, o TSE aplicou a condenação de inelegibilidade a Bolsonaro e Braga Netto por abuso de poder político durante as comemorações do 7 de Setembro de 2022, com cinco votos a favor e dois contra. Ambos foram considerados culpados por utilizar o evento oficial para fins eleitorais, além de serem multados em R$ 425,6 mil e R$ 212,8 mil, respectivamente.
Além desta condenação, Bolsonaro já havia sido declarado inelegível por oito anos em junho de 2023, devido ao abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em outro processo. Esta nova inelegibilidade não se soma à anterior, mas vigora pelo mesmo período de oito anos, mantendo Bolsonaro e Braga Netto fora das eleições até 2030.
As ações que resultaram na condenação de Bolsonaro e Braga Netto foram movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke, ex-candidata à Presidência. Eles alegaram que os acusados abusaram do poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2022, ao utilizarem as comemorações do 7 de Setembro para promover a candidatura de Bolsonaro.
Defesa e Alegações
Os advogados de Bolsonaro defenderam o arquivamento das ações por questões processuais e negaram qualquer irregularidade, afirmando que Bolsonaro participou dos eventos na condição de presidente da República, sem intenções eleitorais. O Ministério Público Eleitoral, por sua vez, manifestou-se pela inelegibilidade de Bolsonaro, mas recomendou a absolvição de Braga Netto.
Com a nova decisão, Bolsonaro permanece inelegível, o que o impede de participar das próximas eleições. No entanto, por uma questão de dias, ele poderá concorrer novamente em 2030, caso a defesa consiga reverter as sanções nos recursos futuros. A manutenção da inelegibilidade é mais uma barreira que a defesa de Bolsonaro precisa superar para que ele possa retornar à disputa eleitoral.
Este cenário jurídico complicado torna o retorno de Bolsonaro à política eleitoral um desafio, exigindo esforços contínuos de sua defesa para tentar reverter as decisões desfavoráveis.