*Sêmia Mauad/ Opinião MT
A Polícia Federal e a Controladoria- Geral da União vão investigar supostas irregularidades na realização do leilão do Governo Federal para a importação de arroz. A decisão foi acatada depois de pedido da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelo certame.
De acordo com a CGU a investigação vem para mostrar “esforço conjunto entre as instituições para garantir a transparência e a correção dos processos envolvidos na importação de arroz”.
CANCELAMENTO DO LEILÃO
O leilão do de arroz foi cancelado na última terça-feira, dia 11 de junho, pelo próprio governo. Foram comercializados mais de 263 mil toneladas do produto.
Na ocasião, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a gestão federal avaliou haver “fragilidades” relacionadas às empresas vencedoras. Ainda segundo ele, as companhias não teriam “capacidade financeira para operar um volume financeiro desse tamanho”.
O presidente da Conab, Edegar Pretto também se pronunciou sobre o certame e afirmou que o objetivo é a realização de um novo leilão. Dessa vez, em outro formato, para garantir a contratação de empresas com capacidade tanto técnica quanto financeira.
O preço comercializado de cada saco de arroz no leilão cancelado, foi de R$ 25 reais. Participaram do certame empresas sem histórico de atuação no mercado de cereais.
A decisão de importação de arroz veio por conta das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do cereal.
DEMISSÃO DE NERI GELLER
A demissão de Neri Geller da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura se deu por conta de um “conflito de interesse”. Isso porque o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, é uma indicação do prórpio Geller.
Além disso, a Foco Corretora de Grãos, uma das principais corretoras do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, ex- assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio de Marcello Geller, filho do secretário.
Geller nega qualquer irregularidade.