O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou nesta segunda-feira (23) a prisão do cantor Gusttavo Lima, em um desdobramento das investigações da Operação Integration. A operação visa desmantelar um suposto esquema de lavagem de dinheiro, no qual a influenciadora digital Deolane Bezerra também é uma das investigadas. A prisão de Gusttavo Lima destaca o aprofundamento das investigações e o impacto crescente dessa operação.
Prisão do cantor Gusttavo Lima
A prisão de Gusttavo Lima foi ordenada pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. O mandado de prisão preventiva foi expedido após o Ministério Público de Pernambuco devolver o inquérito à Polícia Civil, solicitando novas diligências e recomendando a substituição das prisões preventivas por outras medidas cautelares.
No documento, a juíza argumentou que, no momento, não existe nenhuma medida cautelar menos severa que possa assegurar a ordem pública de forma eficaz, o que levou à decretação da prisão preventiva do cantor. De acordo com a justiça, a decisão foi fundamentada na gravidade dos fatos investigados e na necessidade de manter o andamento das investigações sem interferências.
A Operação Integration e seus desdobramentos
A Operação Integration, deflagrada no início de setembro, teve como objetivo principal desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro ligada a jogos de azar. Deolane Bezerra foi presa no início das ações da operação, juntamente com outros envolvidos, e teve bens e ativos financeiros bloqueados pela Justiça.
Entre os bens apreendidos está um avião de Gusttavo Lima, o que levantou suspeitas adicionais sobre a participação do cantor no esquema.
A aeronave, identificada pelo prefixo PR-TEN, foi apreendida pela Polícia Civil de São Paulo enquanto estava em manutenção em um aeroporto de Jundiaí. Esse episódio foi um dos elementos que contribuíram para a decisão judicial de ordenar a prisão do cantor, conforme a polícia aprofundou as investigações sobre as atividades financeiras suspeitas.
Cronologia dos Acontecimentos
Os eventos que levaram à prisão de Gusttavo Lima e de outros investigados começaram a se desenrolar em julho deste ano, quando Deolane Bezerra lançou uma empresa de apostas chamada Zeroumbet, com um capital inicial de R$ 30 milhões. Em 4 de setembro, a influenciadora foi presa durante a Operação Integration, sob a acusação de participar de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 3 bilhões.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens de Deolane e outros R$ 14 milhões da empresa Zeroumbet, enquanto ela e outros investigados, incluindo Darwin Henrique da Silva Filho, proprietário da casa de apostas Esportes da Sorte, permanecem sob investigação. Darwin e sua esposa, Maria Eduarda Filizola, também foram presos como parte da operação.
Em depoimento, Deolane confirmou ter adquirido um Lamborghini Urus S, avaliado em R$ 3,85 milhões, de Darwin. A Polícia Civil considerou essas transações como fortes indícios de lavagem de dinheiro, uma vez que envolveram pagamentos à vista e negociação de carros de luxo. As próximas fases da investigação deverão trazer novos desdobramentos, enquanto a prisão de Gusttavo Lima marca um ponto crítico na operação.