*Sêmia Mauad/ Opinião MT
Ledur de Souza Dechamps foi promovida de tenente a capitã do Corpo de Bombeiros. O critério para a promoção foi de antiguidade. O governador do estado, Mauro Mendes, foi quem assinou o ato que foi publicado no Diário Oficial. Ela ainda vai receber os valores retroativos, desde o período em que ficou impedida de ser promovida porque respondia na justiça pela morte de um aluno durante um curso de instrução.
“Fica promovida a oficial do Corpo de Bombeiros Militar, pelo critério de ´Antiguidade` em ressarcimento de preterição, em cumprimento ao acórdão transitado em julgado, proferido nos autos do Recurso Inominado, que tramitou no Juizado Especial da Fazenda Pública, sendo que o montante financeiro retroativo deverá ser pago mediante execução no rito dos precatórios”, diz o documento.
A Comissão de Promoção de Oficiais havia excluído Ledur do quadro para a promoção que deveria ter ocorrido em 2 de dezembro de 2016. Mas por conta da gravidade das notícias sobre as possíveis condutas irregulares praticadas pela militar, em instrução de salvamento aquático, durante o décimo sexto curso de formação de soldados, a promoção não foi adiante.
Ledur respondia na justiça por um suposto caso de tortura contra o aluno soldado Rodrigo Claro, que na época tinha 21 anos. Ele morreu depois de passar por um treinamento na Lagoa Trevisan. Segundo informações do processo, o jovem teria sido submetido a vários “caldos” por parte da tenente, na época. Ela era instrutora durante as aulas.
No decorrer do processo, a Justiça desconsiderou o crime de tortura e condenou Ledur pelo crime de maus-tratos, mas em 2022 houve a prescrição da condenação e o processo então acabou sendo arquivado.