O gabinete de Segurança de Israel aceitou um acordo de cessar-fogo com o Líbano, que entrará em vigor nesta quarta-feira (27). Este cessar-fogo, negociado com o apoio dos Estados Unidos, terá uma duração inicial de 60 dias, conforme informado pelas autoridades.
Motivos para o Cessar-fogo
Após uma reunião com autoridades libanesas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou ao público que um dos principais motivos para aceitar o acordo de cessar-fogo foi a possibilidade de permitir o regresso seguro dos cidadãos israelenses que vivem no norte do país. Netanyahu também afirmou que o Hezbollah não é mais a mesma ameaça de antes. “Fizemos-os recuar décadas”, declarou.
Segundo Netanyahu, caso as milícias xiitas do Hezbollah violem o cessar-fogo e tentem rearmar-se, Israel responderá prontamente com ataques. “Nossa liberdade de ação no Líbano permanece total”, garantiu o primeiro-ministro, apesar das exigências de Beirute. A duração do cessar-fogo dependerá das condições “no terreno”.
Netanyahu enfatizou que seu governo continuará a focar na ameaça representada pelo Irã, especialmente em evitar que Teerã desenvolva armas nucleares. “Estamos mudando o Oriente Médio”, disse, destacando a força militar contínua de Israel.
Referindo-se à guerra que estourou após o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, Netanyahu afirmou que Israel foi atacado em “sete frentes”. No entanto, Gaza não se beneficiará do acordo de cessar-fogo com o Líbano. Pelo contrário, Netanyahu prometeu aumentar a pressão sobre o Hamas.
Implementação do Acordo
O plano será adotado pelo Gabinete de Segurança na mesma noite do anúncio e, em seguida, será apresentado ao Executivo. O discurso de Netanyahu coincidiu com um ataque ao bairro de Hamra, em Beirute.
Pelo acordo, Israel deverá retirar suas forças das áreas ocupadas no sul do Líbano, permitindo que as milícias do Hezbollah recuem para ao norte do Rio Litani, a aproximadamente 25 quilômetros da fronteira israelense. A zona intermediária ficará sob responsabilidade de 5 mil soldados das forças armadas libanesas e de contingentes da ONU integrados na UNIFIL.
O Líbano já aprovou o plano. O vice-presidente do parlamento libanês garantiu prontidão para implementar o acordo assim que Israel o aprovasse. Após o discurso de Netanyahu, o primeiro-ministro libanês em exercício ordenou a “implementação imediata” do cessar-fogo. Na semana anterior, durante um discurso televisionado, o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, pareceu também aprovar a proposta mediada pelos Estados Unidos.