A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), voltou a subir em fevereiro, registrando alta de 0,83%. Essa é a maior taxa desde fevereiro de 2023 e supera a expectativa do mercado, que era de 0,75%. O resultado coloca o IPCA em 4,50% nos últimos 12 meses, exatamente no teto da meta do governo para 2024, de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Reajustes escolares impulsionam alta
O principal responsável pela aceleração da inflação em fevereiro foi o grupo educação, que subiu 4,98%. Dentro desse grupo, os cursos regulares registraram alta de 6,13%, puxada pelos reajustes habituais no início do ano letivo. Os cursos de ensino médio (8,51%), fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e creche (6,03%) apresentaram os maiores aumentos.
Outro grupo que contribuiu para a alta da inflação em fevereiro foi alimentação e bebidas, com alta de 0,95%. No domicílio, a alta foi de 1,12%, influenciada por produtos como cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%). Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%, acelerando em relação a janeiro.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta em fevereiro. Além de educação e alimentação, destacaram-se as altas de transportes (0,72%) e vestuário (0,44%). As passagens aéreas, que haviam pressionado a inflação para cima em 2023, apresentaram queda de 10,65% em fevereiro.
Inflação por região
Todas as áreas pesquisadas pelo IBGE registraram alta da inflação em fevereiro. A maior variação foi registrada em Aracaju (1,09%), por conta da alta da gasolina (10,45%). Moradores de São Luís, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro também sentiram impacto mais forte dos preços em fevereiro, com reajustes iguais ou acima da média brasileira. O menor resultado foi registrado em Rio Branco (0,26%), por conta da queda nos preços da passagem aérea (-19,37%).
A alta da inflação em fevereiro, a maior desde 2023, é um sinal de alerta para o Banco Central, que poderá ter que aumentar a taxa básica de juros (Selic) para conter a pressão sobre os preços. A educação e a alimentação continuam sendo os principais vilões da inflação, enquanto as passagens aéreas, que pressionaram a inflação em 2023, começam a dar um alento ao consumidor.