O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,38% em abril, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (10). O resultado veio acima das expectativas do mercado, que projetavam 0,35%, mas ainda representa a menor taxa para abril desde 2021 (0,31%).
Aceleração da inflação em abril
Os principais responsáveis pela aceleração da inflação no mês foram os grupos Saúde e cuidados pessoais (+1,16%) e Alimentação e bebidas (+0,70%). Juntos, os dois grupos contribuíram com 0,30 ponto percentual para o índice geral.
Alimentos
A alimentação no domicílio teve alta de 0,81% em abril, após avançar 0,59% no mês anterior. Os destaques foram o mamão (+22,76%), a cebola (+15,63%), o tomate (+14,09%) e o café moído (+3,08%). Segundo o IBGE, a menor oferta desses produtos devido a eventos climáticos no fim de 2023 e início de 2024 explica o aumento.
Remédios
O grupo Saúde e cuidados pessoais foi impactado pelo reajuste de preços de medicamentos autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a partir de 31 de março. Os produtos farmacêuticos registraram alta de 2,84% no mês.
Apesar da alta da inflação em abril, os núcleos do IPCA, que acompanham os preços de diferentes setores da economia, indicaram desaceleração em alguns itens.
Analistas alertam para possíveis altas nos preços dos alimentos nos próximos meses devido aos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país. Além disso, a seca no Centro-Oeste pode afetar a produção de milho e elevar os preços da energia.
A inflação segue em trajetória de queda no acumulado de 12 meses, mas a aceleração em abril e as perspectivas para os alimentos pressionam o Banco Central a manter a cautela em relação à queda dos juros.