O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comunicou à imprensa que fará um pronunciamento hoje (27) por volta das 20h30, em cadeia de rádio e televisão, onde anunciará o plano de corte de gastos do governo Lula para os próximos anos. Na pauta, estará a ampliação da isenção de Imposto de Renda (IR) para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais e a taxação para lucros acima de R50 mil.
Ampliação da Isenção de IR: O que muda para os contribuintes
Atualmente, a isenção de IR contempla trabalhadores com salários mensais de até R$ 2.259,20. Com a nova proposta, esse teto será mais do que duplicado, beneficiando um número significativo de brasileiros. O impacto estimado da medida nas despesas públicas é de R$ 50 bilhões anuais, segundo informações do governo federal.
Para mitigar os efeitos dessa ampliação, o governo propõe a taxação de lucros e dividendos superiores a R$ 50 mil por mês. Esses rendimentos, atualmente isentos, passarão a contribuir para o caixa público, caso a medida seja aprovada pelo Congresso Nacional.
Medidas complementares para o equilíbrio fiscal
As iniciativas anunciadas fazem parte de um pacote maior destinado a garantir o cumprimento do arcabouço fiscal, um conjunto de regras criadas para promover o equilíbrio das contas públicas. Além da ampliação da isenção de IR, a taxação de lucros e dividendos é apresentada como uma solução para compensar integralmente as despesas adicionais.
O sucesso dessas propostas depende da aprovação no Congresso Nacional, que será um ponto de discussão entre parlamentares nos próximos meses. A aprovação é vista como crucial para evitar pressões adicionais sobre a economia brasileira e garantir o alinhamento com os objetivos fiscais do governo.
Reação dos mercados financeiros
O anúncio teve um impacto imediato nos mercados financeiros. A cotação do dólar comercial registrou forte alta nesta quarta-feira (27), encerrando o dia em R$ 5,91, o maior valor histórico até o momento. Durante o pregão, a moeda chegou a alcançar R$ 5,922, refletindo a volatilidade gerada pelas especulações em torno das medidas econômicas.
Os contratos futuros de dólar para dezembro também acompanharam o movimento, fechando em alta de 1,75%, cotados a R$ 5,9145. Essa valorização reflete as incertezas do mercado quanto à execução do pacote fiscal, sobretudo em um cenário de expectativas frustradas sobre a celeridade na divulgação das medidas.
O atraso na apresentação do pacote fiscal, prometido inicialmente para logo após o segundo turno das eleições municipais, aumentou a pressão sobre os ativos brasileiros. Investidores vinham aguardando ansiosamente por detalhes concretos das propostas, e a falta de informações claras até o momento do anúncio contribuiu para a instabilidade no mercado cambial.