O governo federal por meio do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) anunciou nesta quarta-feira (28), um corte de R$ 25,9 bilhões no orçamento, visando equilibrar as contas públicas para o ano de 2025. Esta medida, que afetará principalmente programas sociais e previdenciários, foi detalhada pelo.
Os principais cortes foram:
INSS: R$ 7,3 Bilhões;
BPC: R$ 6,4 Bilhões;
ProAgro: R$ 3,7 Bilhões;
Benefícios por Incapacidade: R$ 3,2 Bilhões;
Bolsa Família: R$ 2,3 Bilhões;
Pessoal: R$ 2 Bilhões;
Seguro Defeso: R$ 1 Bilhão.
Entenda os detalhes de cada corte
Com foco em revisões nos benefícios do INSS e BPC, as medidas podem gerar controvérsia, principalmente entre os beneficiários desses programas.
INSS e Sistema de Concessão de Benefícios
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será uma das áreas mais impactadas por essa redução orçamentária. Com a implementação do sistema Atestmed para concessão de benefícios, além de medidas cautelares e administrativas na Previdência, o governo projeta um corte de R$ 7,3 bilhões.
Este novo sistema visa otimizar o processo de concessão de benefícios, reduzindo fraudes e agilizando a análise de solicitações. No entanto, é importante ressaltar que tais mudanças podem afetar o tempo de espera para aprovação de benefícios, exigindo uma adaptação tanto dos servidores quanto dos beneficiários.
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
O Benefício de Prestação Continuada, destinado a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda, também sofrerá alterações significativas. O governo prevê um corte de R$ 6,4 bilhões a partir da reavaliação de pagamentos e revisão de cadastros do BPC.
Esta medida visa garantir que o benefício alcance apenas aqueles que realmente necessitam, evitando fraudes e pagamentos indevidos. No entanto, é fundamental que o processo de revisão seja conduzido com cautela para não prejudicar beneficiários legítimos.
Revisão de Benefícios por Incapacidade
Outra área afetada pelo corte orçamentário será a dos benefícios por incapacidade. O governo estima um corte de R$ 3,2 bilhões com a revisão desses benefícios. Esta ação já está em andamento, com uma revisão de 258 mil benefícios resultando na cessação de 133 mil, gerando um corte de R$ 1,3 bilhão ainda em 2024.
Impactos em Outros Programas
Além dos cortes mencionados, outros programas também serão afetados:
Proagro: Mudanças nas regras do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária deve sofrer um corte de R$ 3,7 bilhões.
Seguro Defeso: O programa destinado a pescadores sofrerá um corte de R$ 1 bilhão.
Bolsa Família e Gastos com Pessoal: O governo prevê uma “reprogramação” e “realocação” de R$ 6,1 bilhões, incluindo ajustes no Bolsa Família e despesas com pessoal.
Perspectivas e Incertezas
O secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Planejamento, Sergio Firpo, reconhece que há incertezas nas projeções, mas afirma que as estimativas são baseadas nas melhores informações disponíveis. O governo alega ter adotado uma postura conservadora em diversos cálculos.
Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Planejamento, argumenta que a legislação protege o arcabouço fiscal mesmo que nem toda a economia prevista seja alcançada. Em caso de frustração das expectativas, o governo teria que implementar congelamentos de despesas para cumprir o limite estabelecido.
Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, reforça que o governo está trabalhando em múltiplas frentes para assegurar o cumprimento dos objetivos do arcabouço fiscal. Ele enfatiza que nenhum programa está sendo completamente encerrado, mas sim revisado para alcançar a economia necessária.
Desafios e expectativas para 2025
O corte de quase R$ 26 bi foi anunciado em um contexto de questionamentos sobre a capacidade do governo de cumprir a meta de déficit primário zero em 2024 e 2025. Esta medida visa demonstrar o comprometimento do governo com a responsabilidade fiscal.
No entanto, é importante considerar os possíveis impactos sociais dessas reduções orçamentárias. A revisão de benefícios e programas sociais, embora necessária para combater fraudes e ineficiências, deve ser conduzida com cuidado para não prejudicar aqueles que realmente dependem desses auxílios.