A tragédia que ceifou a vida de Aline Gomes de Souza, uma jovem cuiabana, ainda reverbera na memória de sua mãe, Alenir Gomes de Souza, que hoje batalha pela guarda do neto de oito anos. Aline, casada aos 16 anos com Roany Silva de Jesus, vivia uma relação marcada por brigas constantes, controle emocional e ameaças, que culminaram em sua morte antes de completar 20 anos.
“Ela era uma menina muito alegre, gostava de dançar, de tudo. Mas o ciúme doentio dele a sufocava. Ele não aceitava que ela tivesse amizades, fosse com pessoas mais velhas ou mais novas”, relembra Alenir. Segundo ela, Roany, descrito como uma pessoa instável e agressiva, utilizava o filho do casal como arma para manipular Aline e mantê-la presa ao relacionamento. “Qualquer desentendimento, ele estourava e pegava o menino, passando dias com ele para forçá-la a voltar.”
Atualmente, dona Alenir se dedica a criar o neto e a garantir que ele cresça em um ambiente seguro, longe das memórias dolorosas do passado. A luta pela guarda permanente é uma batalha constante, mas ela se mantém firme. “A criança está comigo, e eu vou fazer de tudo para que ele permaneça seguro, longe do ciclo de violência que destruiu a vida da mãe dele.”
O depoimento emocionado de dona Alenir se assemelha a outras histórias relatadas pelas famílias de vítimas de crimes contra mulheres na 1ª Mostra Fotográfica de Vítimas de Feminicídio de Cuiabá.
O evento, promovido pela Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria Municipal da Mulher e organizado pela primeira-dama Márcia Pinheiro, ocorreu no auditório da Fecomércio, com o tema principal “Feminicídio: Um crime contra a equidade”.
Durante o evento, a primeira-dama, Márcia Pinheiro, destacou a importância do combate à violência doméstica e ao feminicídio. “Este evento tem como objetivo sensibilizar a sociedade, pois são mulheres jovens que não terão futuro, que não verão seus filhos crescerem. Por isso, é crucial sensibilizar e impactar a população sobre como isso afeta as famílias das vítimas”, esclareceu a primeira-dama.
Em um cenário onde o feminicídio e a violência doméstica continuam a ser problemas graves, a história de Maria Alves Chagas destaca a dor e a resiliência das mulheres que enfrentam essas dificuldades. Maria, uma mulher dedicada à sua família, viveu uma vida marcada por desafios severos e um ambiente de violência doméstica causado pelo alcoolismo de seu marido.
Maria, conhecida por sua dedicação e coragem, enfrentou uma vida de sofrimento silencioso. Seu marido lidava com o alcoolismo, o que levou a episódios de abuso tanto contra Maria quanto suas filhas. A dor de Maria não era apenas a de uma mulher lutando contra a violência, mas a de uma mãe que tentava proteger suas filhas enquanto enfrentava um relacionamento tóxico e abusivo.
A filha de Maria, Fabiana Alves Chagas, de 23 anos, compartilha a dor e a determinação de sua mãe: “Lutar contra o feminicídio é essencial para garantir que o sofrimento de minha mãe e de tantas outras mulheres não se repita. A dor é imensa, mas a luta é por justiça e proteção”, afirma Fabiana.
O evento contou com a presença de palestrantes que atuam em prol de políticas públicas para combater os crimes contra a vida da mulher. Entre eles estava Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio, brutalmente assassinada em julho de 2010.
Durante o evento, a mãe de Eliza falou sobre a importância de iniciativas que buscam conscientizar a população sobre o impacto devastador da violência: “A conscientização é fundamental. É essencial que tanto mulheres quanto homens se conscientizem da gravidade da violência e busquem maneiras de reduzir esse problema. Nosso objetivo é lutar para que a violência diminua e para que mais vidas sejam poupadas”, afirmou a mãe emocionada.
Eliza era uma jovem cheia de sonhos. Ela aspirava ser modelo, tinha uma paixão por futebol e, acima de tudo, sonhava em ser mãe. No entanto, sua vida foi interrompida tragicamente quando seu filho tinha apenas quatro meses de idade. “Eliza era uma jovem sonhadora, como qualquer outra. Ela tinha o sonho de ser mãe e foi tirada de nós de forma cruel. A dor é imensurável”, disse sua mãe.
*Assessoria