Em um depoimento à polícia, Fabíola Yañez, ex-primeira dama argentina, revelou uma série de acusações graves contra o ex-presidente Alberto Fernández. As denúncias, que incluem violência doméstica e aborto forçado, lançam luz sobre um lado sombrio da vida privada do casal presidencial. O caso da ex-primeira dama argentina tem chamado a atenção da mídia e da sociedade, levantando questões sobre poder, abuso e silenciamento no mais alto escalão político do país.
Violência física e psicológica de Alberto Fernández
Yañez descreveu em seu depoimento uma rotina de agressões físicas e psicológicas durante seu relacionamento com Fernández. Segundo ela, os episódios de violência eram frequentes e incluíam socos, empurrões e agressões verbais.
A ex-primeira dama relatou um incidente particularmente chocante em que recebeu um soco no olho direito, resultando em um inchaço visível que teria sido encoberto pelo médico presidencial.
Aborto Forçado
Uma das revelações mais impactantes do depoimento foi a acusação de que Fernández a teria pressionado a realizar um aborto. Yañez afirmou que, ao descobrir sua gravidez, o então presidente reagiu com rejeição e desprezo, alegando não estar pronto para ser pai. Essa pressão, segundo ela, culminou em uma decisão traumática de interromper a gestação, caracterizando o que juridicamente se classifica como violência reprodutiva.
Controle e Isolamento
A ex-primeira dama argentina também descreveu um padrão de comportamento controlador por parte de Fernández. Ela relatou que era constantemente vigiada, tendo que responder a mensagens a cada poucos minutos e sendo impedida de manter uma vida social normal. Esse isolamento, combinado com acusações infundadas de traição, teria contribuído para sua deterioração emocional.
O testemunho de Yañez revela as profundas consequências psicológicas das alegadas agressões. Ela mencionou ter desenvolvido problemas de alcoolismo e ter necessitado de tratamento psiquiátrico e medicação. A ex-primeira dama argumenta que esses danos psicológicos foram tão graves que a impediram de exercer suas funções normalmente por longos períodos.
Abuso de poder Presidencial
Um aspecto particularmente preocupante das acusações é a alegação de violência institucional. Yañez afirma que Fernández usou seu poder como presidente para silenciá-la e submetê-la, inclusive durante sua gravidez. Essa dimensão do caso levanta questões sérias sobre o abuso de autoridade no mais alto nível governamental.
Silêncio das Autoridades
A ex-primeira dama argentina alega ter buscado ajuda junto a funcionários do governo, incluindo a ministra das Mulheres, mas suas denúncias teriam sido ignoradas. Esse suposto silêncio institucional adiciona uma camada complexa ao caso, sugerindo uma possível cultura de acobertamento no governo.
Com o depoimento de Yañez, a investigação judicial ganha novos contornos. O ex-presidente Alberto Fernández teve seu passaporte cassado e nega veementemente as acusações. O caso promete desdobramentos significativos no cenário político e jurídico argentino.
As revelações da ex-primeira dama argentina têm provocado um intenso debate público sobre violência doméstica, abuso de poder e a responsabilidade das instituições em proteger as vítimas, mesmo quando o acusado ocupa uma posição de destaque na sociedade.