A possibilidade de um conflito nuclear envolvendo Rússia, China e Coreia do Norte levou os Estados Unidos a implementarem uma nova e secreta estratégia de defesa. A iniciativa foi divulgada pelo jornal “The New York Times” e destaca a resposta do governo de Joe Biden frente ao crescimento dos arsenais nucleares globais.
Uma possível guerra nuclear mundial?
Em um contexto de crescente incerteza global, a administração Biden elaborou uma nova orientação estratégica para o emprego de armas nucleares. Esse documento, conhecido como “Orientação de Emprego Nuclear”, é extremamente confidencial, com poucas cópias impressas e distribuídas exclusivamente para altos funcionários da segurança nacional e comandantes do Pentágono.
A aprovação dessa diretriz ocorreu em março deste ano, com a necessidade de ser assinada antes do término do mandato presidencial de Biden, previsto para janeiro de 2025.
A estratégia foi elaborada em resposta ao rápido crescimento dos arsenais nucleares da China, que, segundo previsões do Pentágono, poderão se equiparar aos dos Estados Unidos e da Rússia na próxima década. Esse cenário preocupante levou as autoridades americanas a adotar uma abordagem mais rigorosa e a considerar novos desafios, especialmente diante da possibilidade de um conflito nuclear.
Autoridades dos Estados Unidos têm manifestado preocupação com o preparo necessário para lidar com a ameaça crescente de um ataque nuclear, especialmente com a potencial aliança entre Rússia, China e Coreia do Norte. Em discursos recentes, altos oficiais do Pentágono e outros membros do governo Biden destacaram a necessidade de deter esses adversários simultaneamente.
A possibilidade de uma coordenação entre essas nações nucleares parecia, até pouco tempo, improvável. No entanto, a recente cooperação militar entre Rússia e China, somada ao apoio bélico da Coreia do Norte à Rússia na guerra da Ucrânia, alterou a percepção de risco. A nova orientação estratégica dos EUA visa justamente responder a essa nova realidade.
Parcerias e ameaças: Um cenário global desafiador
As relações entre Rússia e China têm se intensificado, com ambas as nações realizando exercícios militares conjuntos de forma frequente. Além disso, a comunidade de inteligência americana investiga possíveis colaborações entre Rússia e Coreia do Norte, além de vínculos com o Irã no desenvolvimento de programas de mísseis.
Essa aliança, potencialmente voltada para um ataque nuclear coordenado, representa um desafio significativo para os Estados Unidos e seus aliados.
A nova orientação estratégica, ainda que confidencial, sinaliza que o próximo presidente dos EUA enfrentará um cenário nuclear mais complexo e volátil. A recente retórica belicosa de Vladimir Putin, que incluiu ameaças nucleares durante a guerra na Ucrânia, evidencia a seriedade da situação.
Em meio à escalada das tensões, a China tem demonstrado uma rápida expansão de seu arsenal nuclear, superando as expectativas iniciais dos estrategistas ocidentais.
O presidente Xi Jinping abandonou a política de dissuasão mínima, que visava manter um arsenal modesto, em favor de uma expansão acelerada, com a meta de igualar ou até superar as capacidades nucleares dos Estados Unidos e da Rússia.
A postura mais agressiva da China, aliada ao desenvolvimento contínuo do programa nuclear da Coreia do Norte, colocou os Estados Unidos em alerta máximo. Autoridades americanas temem que essa nova realidade nuclear exija mudanças drásticas nas estratégias de defesa e na política externa.
O desafio Norte-Coreano
A Coreia do Norte, sob o comando de Kim Jong-un, tem expandido significativamente seu arsenal nuclear, contrariando as expectativas anteriores de uma possível desnuclearização.
Com mais de 60 armas nucleares, o país está cada vez mais próximo de se equiparar a potências como o Paquistão e Israel, o que eleva o risco de uma possível conflito nuclear coordenado com Moscou e Pequim.
Esse crescimento armamentista alterou de forma substancial o desafio que a Coreia do Norte representa para os Estados Unidos. A resposta americana a essa ameaça é uma parte central da nova orientação estratégica, que busca assegurar que o país esteja preparado para um possível ataque nuclear em múltiplas frentes.
Diante do aumento dos arsenais nucleares de China, Rússia e Coreia do Norte, a administração Biden optou por reforçar suas medidas de segurança, desenvolvendo uma estratégia que leva em conta a possibilidade de uma aliança entre essas potências nucleares.
O cenário global está cada vez mais volátil, e os Estados Unidos estão se preparando para enfrentar os desafios que essa nova realidade nuclear pode trazer.