Dormir bem é essencial para a saúde física e mental. No entanto, milhões de pessoas no mundo todo sofrem com insônia, a dificuldade de adormecer ou permanecer dormindo durante a noite. Um estudo recente publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics revelou uma ligação preocupante: a ingestão frequente de alimentos ultraprocessados causam insônia crônica.
O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por diversas etapas de processamento industrial, recebendo adição de ingredientes como óleos, gorduras, açúcares, amidos e proteínas isoladas, além de aditivos artificiais como corantes, aromatizantes, emulsificantes e conservantes. Essa manipulação modifica a cor, sabor, textura e prazo de validade dos produtos, tornando-os mais atrativos para os consumidores.
Exemplos comuns de alimentos ultraprocessados incluem refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, cereais matinais açucarados, macarrão instantâneo e refeições congeladas.
Apesar da praticidade e do sabor, esses alimentos apresentam baixo valor nutricional e alta densidade energética, sendo associados a diversos problemas de saúde, como obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até certos tipos de câncer.
Alimentos ultraprocessados causam insônia
O estudo em questão, que avaliou dados de mais de 39.000 adultos franceses entre 2013 e 2015, revelou que indivíduos com insônia crônica tinham um consumo significativamente maior de alimentos ultraprocessados. Essa associação foi observada tanto em homens quanto em mulheres, com um risco ligeiramente mais elevado para o sexo masculino.
Embora o estudo apresente algumas limitações, como a autorrelatação dos dados e a possível imprecisão na classificação dos alimentos, os resultados demonstram uma relação preocupante entre a dieta rica em ultraprocessados e a qualidade do sono.
É importante ressaltar que a pesquisa não estabelece uma relação de causa e efeito, necessitando de investigações futuras para confirmar a causalidade e avaliar as associações ao longo do tempo. No entanto, os autores do estudo sugerem que pessoas com dificuldades para dormir avaliem sua dieta, especialmente em relação ao consumo de alimentos ultraprocessados.
Limitar o consumo desses produtos e optar por uma alimentação rica em alimentos frescos e minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras, pode contribuir significativamente para a melhora da qualidade do sono e da saúde geral.