Nesta sexta-feira, 1º de novembro, o dólar comercial superou a marca de R$ 5,85 às 13h02. Essa alta representa o maior valor nominal da moeda norte-americana durante o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acentua a volatilidade do mercado. O dólar comercial vem apresentando um movimento de alta significativo. No acumulado de outubro, a moeda registrou elevação de 6,13%, alcançando uma alta anual de 19,12%. Esta é a maior cotação registrada desde maio de 2020, quando o dólar chegou a R$ 5,84. Naquele ano, o recorde histórico foi alcançado em 13 de maio, quando a moeda bateu R$ 5,90, em meio aos desafios impostos pela pandemia de Covid-19.
A cotação atual, além de refletir o cenário econômico global, é influenciada pela ausência de cortes de gastos públicos no Brasil, uma medida aguardada por analistas financeiros para conter a instabilidade.
Alta do dólar comercial após declarações do Ministro da Fazenda
O mercado reagiu de forma volátil à espera de medidas fiscais. A demora na implementação de um pacote de revisão de gastos, esperada desde o início do governo, tem contribuído para a falta de confiança dos investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação em um tom de minimização, respondendo que as perguntas dos jornalistas sobre o tema são uma “forçação boba”.
Ainda que Haddad tenha descartado a necessidade de uma ação imediata, a incerteza continua a pressionar a moeda. A expectativa era que o anúncio de revisão de gastos fosse feito ainda este mês, mas Haddad estará fora do país entre os dias 4 e 9 de novembro para compromissos na Europa. Com isso, qualquer medida significativa será adiada, ao menos, até o dia 11 de novembro, o que frustra os investidores que aguardavam mais clareza nas políticas fiscais.
Panorama Econômico no Brasil
Especialistas apontam que, enquanto o governo não implementar cortes de gastos públicos, o mercado financeiro continuará sujeito à volatilidade, com impactos na inflação e nos preços de produtos que dependem de insumos importados. A pressão sobre a moeda nacional, além de influenciar o custo de vida, também tem potencial para afetar negativamente o comércio exterior brasileiro.
A contínua valorização do dólar comercial preocupa analistas e investidores, que veem no atraso das medidas de austeridade um fator de risco. A falta de clareza sobre os próximos passos econômicos do governo leva a projeções incertas para o dólar no curto e médio prazo.
No contexto atual, espera-se que o dólar comercial se mantenha em um patamar elevado enquanto a política fiscal brasileira não apresentar sinais de restrição de despesas.
Analistas ouvidos pelo OpiniãoMT, sugerem que, sem ajustes fiscais substanciais, o dólar poderá ultrapassar o recorde histórico registrado em 2020, em R$ 5,90. A oscilação da moeda impacta, também, o setor financeiro, que permanece atento às declarações do governo e aos movimentos do Banco Central.