A dívida pública brasileira registrou crescimento em abril, alcançando R$ 7,617 trilhões, de acordo com dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O valor representa uma alta nominal de 1,44% em relação ao mês de março, quando o estoque estava em R$ 7,508 trilhões. O avanço reflete tanto as emissões realizadas pelo governo quanto os resgates de títulos públicos.
Evolução da Dívida Pública Brasileira em 2025
No acumulado do ano, a dívida pública brasileira apresentou expansão de 4,1%. Em dezembro de 2024, o estoque somava R$ 7,316 trilhões, demonstrando uma trajetória de crescimento constante ao longo dos primeiros meses de 2025.
A elevação é atribuída, principalmente, ao saldo positivo das operações de crédito realizadas pelo governo. No mês de abril, a emissão líquida somou R$ 39,98 bilhões, resultado de R$ 204,62 bilhões em emissões e R$ 164,64 bilhões em resgates.
O relatório do Tesouro aponta que 37,1% da dívida pública brasileira tem vencimento entre dois e cinco anos. Outros 26,9% possuem prazo superior a cinco anos. Já os títulos com vencimento nos próximos 12 meses representam 17,9% do total.
O prazo médio da dívida aumentou, passando de 4,05 anos em dezembro de 2024 para 4,17 anos em abril de 2025. Na comparação com março deste ano, que registrava prazo médio de 4,12 anos, também houve avanço, indicando uma estratégia para alongar os prazos de pagamento.
Custo da dívida e condições de Mercado
Apesar do crescimento do estoque, o custo médio da dívida pública brasileira acumulado em 12 meses apresentou leve recuo. Em março, estava em 11,70% ao ano e caiu para 11,62% em abril.
Por outro lado, o custo médio das novas emissões de títulos da dívida interna subiu. A taxa passou de 12,61% ao ano em março para 13,05% em abril, refletindo as condições do mercado, como aumento das taxas globais e oscilações nos juros futuros.
A reserva de liquidez do governo federal, que funciona como uma espécie de colchão financeiro, cresceu no mês de abril. O volume passou de R$ 869 bilhões em março para R$ 904 bilhões em abril. Esse montante é suficiente para cobrir 8,57 meses de vencimentos da dívida, uma melhora significativa frente aos 6,72 meses registrados no mês anterior.
Cenário externo e impactos no Brasil
O Tesouro também destacou que fatores externos influenciaram o comportamento da dívida pública brasileira. Acordos comerciais entre Estados Unidos e China, além de dados de inflação mais baixos que o esperado nos Estados Unidos, contribuíram para aumentar o apetite por risco dos investidores. Isso levou à redução dos prêmios de risco em mercados emergentes, como o Brasil.
Apesar desse ambiente mais favorável, houve uma leve elevação nos juros futuros, puxada principalmente pela alta das taxas internacionais e pela divulgação de indicadores econômicos relevantes.