A dívida pública bruta do Brasil atingiu 77,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho, conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 29. Esse aumento de 1,1 ponto percentual em relação ao mês anterior marca o maior nível desde novembro de 2021, evidenciando uma tendência preocupante para a economia do país.
Aumento da dívida pública em Junho
O aumento da dívida pública bruta é significativo, com o saldo fechando em R$ 8,7 trilhões em maio. Esse crescimento é de 3,4 pontos percentuais do PIB no acumulado do ano. A dívida pública bruta é um indicador essencial para avaliar a saúde financeira do governo, e a comparação com o PIB ajuda a entender a sustentabilidade desse débito.
Segundo o Banco Central, vários fatores contribuíram para o aumento da dívida em junho. Juros nominais elevados, emissões líquidas e a desvalorização cambial foram os principais responsáveis. Além disso, a variação do PIB nominal resultou em uma redução de 0,4 ponto percentual no cálculo da dívida.
As projeções do governo indicam que a dívida pública bruta continuará a subir nos próximos anos, atingindo 79,7% do PIB em 2027. Após esse pico, a expectativa é de que a dívida comece a diminuir gradualmente. A dívida líquida também aumentou, chegando a 62,2% do PIB em junho, um aumento de 0,1 ponto percentual, totalizando R$ 6,9 trilhões.
Déficit do setor público
Em junho, o setor público consolidado apresentou um déficit primário de R$ 40,9 bilhões. Esse déficit inclui déficits no governo central e nas estatais, parcialmente compensados por um superávit de R$ 1,1 bilhão nos estados e municípios. Essas cifras são cruciais para entender o impacto das políticas econômicas atuais e futuras.
Revisão das estimativas do Orçamento de 2024
O governo federal revisou suas estimativas para o Orçamento de 2024, projetando um déficit de R$ 28,8 bilhões, o máximo permitido pela meta fiscal estabelecida. Essa revisão reflete a necessidade de ajustes nas contas públicas para lidar com o crescente endividamento.
O acompanhamento rigoroso desses indicadores é fundamental para a tomada de decisões econômicas e políticas que possam estabilizar a situação financeira do Brasil a longo prazo.