Os deputados republicanos Rich McCormick e María Elvira Salazar enviaram uma carta ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitando a aplicação de sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky. A carta, datada de 25 de fevereiro, foi divulgada apenas nesta quinta-feira, dia 20, e argumenta que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) está utilizando o Judiciário para perseguir opositores, censurar redes sociais e interferir no processo eleitoral brasileiro.
Sanções contra Moraes
Os parlamentares afirmam que Alexandre de Moraes transformou o Judiciário brasileiro em um mecanismo de repressão política, direcionado a eliminar a oposição e influenciar as eleições de 2026. A carta também compara o caso brasileiro com situações semelhantes nos EUA, como as ações judiciais movidas contra Donald Trump.
McCormick usou sua conta na rede social X para reforçar as críticas contra Moraes, mencionando a licença do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e alegando que o parlamentar teve que buscar exílio nos EUA. Para ele, essa situação evidencia uma deterioração da democracia no Brasil.
Outro ponto abordado no documento é o embate entre Moraes e plataformas digitais como X, Rumble e Truth Social. Os deputados afirmam que decisões judiciais do ministro impuseram multas a empresas estrangeiras e exigiram a remoção de conteúdo considerado sensível. Para os republicanos, tais medidas representam um “risco crescente” para os Estados Unidos, afetando diretamente a liberdade de expressão e a soberania digital do país.
Lei Magnitsky e suas aplicações
A Lei Magnitsky, sancionada em 2012, foi criada para punir autoridades envolvidas em violações de direitos humanos e atos de corrupção. Inicialmente voltada para casos na Rússia, sua abrangência foi ampliada em 2016 para permitir sanções contra indivíduos de qualquer nacionalidade.
A Lei Magnitsky permite que governos imponham sanções contra indivíduos ou entidades envolvidos em:
– Violações graves dos direitos humanos (como tortura, assassinato ou detenção injusta).
– Atos de corrupção significativa (como desvio de recursos públicos ou suborno).
As sanções incluem:
– Proibição de entrada no país que aplica a lei;
– Congelamento de ativos financeiros no exterior;
– Restrições a transações financeiras (morte financeira do condenado).
Consequências:
Os sancionados perdem acesso a sistemas financeiros internacionais e podem ter sua liberdade de movimento restringida.
Pressão Política: A lei é usada como ferramenta diplomática para pressionar governos que toleram violações de direitos humanos ou corrupção.
Expansão Global: Além dos EUA, países como Canadá, Reino Unido e membros da União Europeia adotaram versões da Lei Magnitsky.
Tensões Diplomáticas: A aplicação da lei gerou atritos entre países, especialmente entre os EUA e a Rússia, que respondeu com sanções recíprocas e proibições de adoção de crianças russas por cidadãos americanos.
Os parlamentares americanos defendem que as mesmas medidas já aplicadas contra membros do Tribunal Penal Internacional também possam ser impostas a Moraes.