O Tesouro Nacional divulgou na tarde desta terça-feira (26), um relatório preocupante que demonstra um gigantesco rombo de R$ 58,44 bilhões nas contas do governo Lula em fevereiro de 2024. Este resultado negativo, é o mais expressivo para o mês desde o início da série histórica, em 1997, o pior desempenho em 28 anos.
O déficit representa uma alta real de 37,7% em comparação ao mesmo período de 2023, quando o déficit atingiu R$ 42,44 bilhões, já ajustados pela inflação.
Contas do governo federal na UTI
Se levarmos em consideração o que entrou nos cofres do governo, a notícia não é tão ruim, afinal, a arrecadação em fevereiro alcançou a marca de R$ 189,35 bilhões, demonstrando um crescimento real de 18% em relação a fevereiro de 2023. Esse aumento, de aproximadamente R$ 28,95 bilhões, destaca-se mesmo após as transferências federais, com a receita líquida atingindo R$ 132,49 bilhões – um aumento real de 23,4%, ou R$ 25,09 bilhões, comparado ao ano anterior.
Só que na contramão, as despesas do governo federal seguiram uma trajetória de aumento significativo. Em fevereiro de 2024, os gastos totais somaram R$ 190,94 bilhões, representando um aumento real de 27,4% ou R$ 41,09 bilhões, em comparação ao mesmo período do ano de 2023. Esse crescimento das despesas superou o avanço nas receitas, culminando no pior rombo de fevereiro dos últimos 28 anos.
A Perspectiva Acumulada
Quando se observa o acumulado dos primeiros dois meses do ano, percebe-se uma dinâmica interessante. Apesar do déficit expressivo em fevereiro, o saldo primário ainda apresenta um superávit de R$ 20,94 bilhões em 2024. Porém, esse valor, fica aquém do superávit de R$ 38,29 bilhões registrado no mesmo período de 2023, evidenciando uma redução significativa na capacidade de geração de superávit primário do governo, especialmente quando ajustado pela inflação.
O cenário financeiro de fevereiro de 2024 delineia um período de desafios significativos para as contas do governo federal. Com o maior déficit primário para o mês desde 1997, fica evidente a pressão crescente sobre as finanças públicas, refletindo tanto o aumento substancial nas despesas quanto às dificuldades em ampliar as receitas na mesma proporção.
Este panorama demanda atenção e possivelmente ajustes na condução das políticas fiscais, a fim de reverter a tendência de deterioração do saldo primário e garantir a sustentabilidade fiscal a médio e longo prazo.