A partir desta terça-feira, 1º, a conta de luz dos brasileiros ficará mais cara. A mudança ocorre com a implementação da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a mais alta estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com essa alteração, o custo adicional será de R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
Essa nova tarifa reflete as condições de geração de energia elétrica no país, em especial, o cenário preocupante relacionado à baixa nos reservatórios das usinas hidrelétricas e o aumento do preço da energia no mercado.
O funcionamento das bandeiras tarifárias na conta de luz
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado para alertar os consumidores sobre os custos reais de geração de energia elétrica no Brasil. Ele serve como uma sinalização clara e objetiva das condições de geração de eletricidade, sendo um importante indicador de quando os consumidores pagarão mais ou menos pela energia consumida.
As bandeiras variam em três cores: verde, amarela e vermelha, cada uma representando um cenário diferente para a geração de energia. A conta de luz, portanto, pode sofrer variações de acordo com as condições climáticas e a situação dos reservatórios de água, que afetam diretamente a capacidade das usinas hidrelétricas.
Entenda o que cada bandeira representa
Bandeira Verde: Indica que as condições de geração de energia são favoráveis e não há acréscimo no valor da tarifa. Isso ocorre em momentos em que a oferta de energia é suficiente para atender a demanda, e as fontes de energia renováveis, como hidrelétricas, estão operando em plena capacidade.
Bandeira Amarela: Quando as condições de geração não são tão favoráveis, a bandeira amarela é acionada, o que gera um acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumido. Esse cenário costuma ocorrer em períodos de seca ou quando a capacidade das usinas hidrelétricas é reduzida, forçando o uso de outras fontes de energia mais caras.
Bandeira Vermelha – Patamar 1: Em situações em que a geração de energia se torna mais cara, entra em vigor a bandeira vermelha patamar 1. Neste caso, a tarifa da conta de luz sofre um acréscimo de R$ 0,04463 por kWh. Esse patamar reflete um aumento nas dificuldades de geração, exigindo o uso de usinas termoelétricas, que possuem um custo de operação mais elevado.
Bandeira Vermelha – Patamar 2: A mais cara de todas, a bandeira vermelha patamar 2 indica que as condições de geração de energia são extremamente desfavoráveis. O acréscimo é de R$ 0,07877 por kWh, refletindo um cenário crítico para a geração elétrica, em que é necessário recorrer às fontes de energia mais onerosas. É esse patamar que entrou em vigor recentemente, pressionando ainda mais o valor da conta de luz dos consumidores.
Por que a bandeira vermelha foi acionada agora?
De acordo com a ANEEL, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 em outubro está diretamente relacionado à situação atual dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que são as principais fontes de energia do Brasil.
Com a baixa no nível das águas, causada por períodos prolongados de seca em várias regiões, a capacidade de geração de energia dessas usinas é reduzida. Para compensar essa queda na geração hidrelétrica, o país precisa recorrer a fontes de energia mais caras, como as usinas termoelétricas, que utilizam combustíveis fósseis para gerar eletricidade.
O uso dessas usinas aumenta consideravelmente o custo de produção de energia, o que justifica o acionamento da bandeira vermelha, impactando diretamente a conta de luz.
Com isso, todos os consumidores cativos, ou seja, aqueles que compram energia diretamente das distribuidoras, são afetados pelo sistema de bandeiras tarifárias.