O Hospital Regional de Cáceres dispõe atualmente de 16 leitos de UTI adulto e 10 pediátricos; 25 leitos de Clínica Cirúrgica; nove de Oncologia; 29 de Ortopedia e Traumatologia; 23 de Pediatria; oito boxes de Emergência; 29 leitos de Observação; 20 de Clínica Médica Neurológica.
Entre 2022 e 2025, foram realizados mais de 197 mil procedimentos, com destaque para as especialidades de trauma, doenças digestivas e respiratórias.
A Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), realizou uma visita técnica ao Hospital Regional Dr. Antônio Carlos Souto Fontes, em Cáceres.
Dentre os encaminhamentos feitos pela comissão, o deputado Paulo Araújo destacou a necessidade de melhorar especialidade em obstetrícia e ginecologia.
“Fizemos um encaminhamento para resolver a questão da maternidade em Cáceres e melhorar a obstetrícia no município”, afirmou.
Segundo ele, o fortalecimento da rede local impactará diretamente no funcionamento do Hospital Regional.
“Se resolvermos isso em Cáceres, o hospital ganha resolutividade para toda a região”, argumentou.
A inspeção contou com a presença dos deputados membros da comissão, deputado Paulo Araújo (PP), que preside a Comissão, Dr. João (MDB) e Lúdio Cabral (PT). Além de técnicos do Núcleo Social e do Programa QualiVida da ALMT.
Paulo Araújo informou também que a comissão vai articular junto ao governo do estado para garantir os recursos necessários.
“Não tenho dúvida de que, apresentando como uma demanda regional, vamos conseguir o investimento necessário”. Um dos focos é o credenciamento de unidades hospitalares para atender casos de baixa complexidade.
O deputado Dr. João, médico, afirmou ter ficado satisfeito com o que viu.
“É um hospital com grande resolutividade em áreas-chave como ortopedia, neurocirurgia e traumatologia, especialidades que a maioria dos municípios não tem”.
As visitas técnicas serão realizadas também em Colíder, Alta Floresta, Sorriso e Sinop.
CISOMT
O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste de Mato Grosso (CISOMT) e prefeito de Salto do Céu, Mauto Teixeira Espíndola (Republicanos), reforçou a necessidade de reorganizar a rede. “Temos quase 300 leitos entre o Hospital Regional e o Anexo São Luiz, mas a regulação ainda está ruim. É preciso separar a atenção básica da alta complexidade”.
Ele propôs uma reunião com os 14 prefeitos e secretários municipais do consórcio para discutir soluções com o secretário estadual de Saúde. “Achei de grande valia a visita dos deputados. É importante que vejam a realidade da nossa saúde”, disse, Espíndola, ao citar avanços no programa de mutirões de cirurgias, com a realização de procedimentos ginecológicos, urológicos, otorrinolaringológicos, oftalmológicos e renais, com apoio do Governo do Estado.
Já o deputado Lúdio Cabral (PT), médico de formação, expressou preocupação com a situação encontrada durante a visita.
“Muitos problemas. Mães reclamando a falta de dipirona. Também faltam luftal, salbutamol, coisas básicas que um hospital tem que ter”.
Lúdio relatou ter visto crianças internadas em macas improvisadas, risco de quedas e falhas estruturais como uma cozinha desativada, mesmo após reforma, e um centro de esterilização em condições precárias. O parlamentar relatou que há uma grande ansiedade entre os servidores quanto ao futuro da unidade, uma vez que o Estado lançou edital para contratação de uma Organização Social (OS) para administrar o hospital e lamentou atrasos nos pagamentos de plantões médicos, chegando a cinco meses em alguns casos.
“Recurso tem. O que falta é organização da gestão para garantir medicamentos, insumos e o funcionamento adequado do hospital. Precisamos de uma rede financiada pelo estado, com profissionais nos municípios, e não apenas programas paliativos como os mutirões”, disse o deputado.
A prefeita de Cáceres, Eliene Liberato parabenizou os deputados pela iniciativa e defendeu uma pactuação entre município, Estado e União para reestruturar a rede e garantir atendimento de qualidade para os 22 municípios atendidos, com foco em soluções de curto, médio e longo prazo.
Ela destacou a necessidade de reativar o Hospital Bom Samaritano como hospital municipal, assumindo partos normais e atendimentos clínicos leves, o que ajudaria a desafogar a UPA e o Hospital Regional.
Segundo o diretor do Hospital Regional, Wellington Alessandro Dolce, que acompanhou a vistoria, após quatro meses à frente da direção, a unidade já apresenta “crescimento significativo no atendimento clínico e cirúrgico”, com melhorias na estrutura física e em materiais, fruto de investimentos do Governo do Estado. Além de Cáceres, o hospital atende outros 22 municípios da região, além de pacientes vindos da Bolívia.
“Os municípios precisam investir mais na atenção básica e secundária para reduzir internações evitáveis e desafogar os hospitais estaduais”, destacou Dolce.
*Itimara Figueiredo