A maior reserva de urânio do Brasil, localizada na Mina de Pitinga, no interior do Amazonas, foi vendida para a estatal chinesa China Nonferrous Trade (CNT) por US$ 340 milhões (aproximadamente R$ 2 bilhões). A transação foi conduzida pela Mineração Taboca S.A., responsável pelo local, e reforça a parceria comercial entre Brasil e China.
Venda da maior reserva de urânio do Brasil
A Mina de Pitinga, reconhecida por sua relevância na extração de urânio, cassiterita e columbita, tornou-se alvo de uma importante negociação internacional. A Mineração Taboca S.A., que descobriu a reserva em 1979, anunciou a venda integral de suas operações à China Nonferrous Trade (CNT). Além do urânio, o local também é a principal produtora de estanho refinado no Brasil.
Em 2023, a Mina de Pitinga foi responsável pela produção de 5,3 mil toneladas de estanho, representando cerca de 50% da extração do metal no país. Essa atividade gerou uma receita de US$ 256 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão), consolidando a importância econômica da reserva para o setor de mineração.
Papel estratégico do urânio e do estanho
O urânio, principal destaque da mina, é amplamente utilizado como combustível em reatores nucleares para geração de energia. A venda da maior reserva de urânio do Brasil representa um avanço estratégico para a estatal chinesa, que amplia seu acesso a recursos minerais essenciais.
Além disso, a produção de estanho reforça a relevância do local. O metal, essencial para a indústria de soldagem e fabricação de componentes eletrônicos, garante a continuidade do impacto econômico da mina mesmo após a transferência de controle.
Quem é a China Nonferrous Trade?
A China Nonferrous Trade (CNT) é uma das maiores estatais chinesas do setor de mineração, destacando-se pela exploração e processamento de recursos minerais. A empresa possui operações globais, especialmente na Zâmbia, na África, onde realiza atividades como mineração de cobre, hidrometalurgia e fundição pirometalúrgica.
A aquisição da Mina de Pitinga complementa as operações da CNT, que busca ampliar sua presença no mercado latino-americano e diversificar sua cadeia de produção com foco em minerais estratégicos como urânio e estanho.
A negociação foi intermediada pelo grupo minerador peruano Misur, acionista majoritário da Mineração Taboca. Durante o anúncio, a empresa brasileira destacou a importância da transação para a expansão de sua competitividade:
“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”.
A transferência de 100% das ações para a estatal chinesa marca o início de uma nova etapa para a exploração da Mina de Pitinga. A expectativa é que a CNT utilize sua expertise em tecnologias avançadas para aumentar a eficiência produtiva do local.
Parceria comercial Brasil-China
A venda da maior reserva de urânio do Brasil reforça a relação comercial estratégica entre Brasil e China. Recentemente, o presidente Lula e o presidente chinês Xi Jinping formalizaram 37 acordos em encontro no Palácio da Alvorada. Esses acordos abrangem áreas como energia, infraestrutura e comércio, consolidando a China como o principal parceiro comercial do Brasil.
Essa transação destaca a crescente influência chinesa no mercado de mineração brasileiro, enquanto proporciona acesso a tecnologias e investimentos que podem impulsionar a economia nacional.