A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) solicitou formalmente à Conmebol que o Fortaleza seja declarado vencedor da partida contra o Colo-Colo, interrompida nesta quinta-feira (10) após episódios graves de violência no Estádio Monumental David Arellano, em Santiago, no Chile. A solicitação foi baseada em dispositivos específicos do Código Disciplinar da entidade sul-americana e tem como fundamento a responsabilidade do time mandante pelos incidentes.
Violência marca confronto entre Colo-Colo e Fortaleza pela Libertadores
O jogo entre Colo-Colo e Fortaleza, válido pela fase de grupos da Copa Libertadores, foi interrompido aos 24 minutos do segundo tempo quando torcedores invadiram o gramado, gerando um cenário caótico dentro e fora do estádio. A partida estava empatada em 0 a 0 no momento da suspensão.
A confusão não se limitou ao interior da arena: do lado de fora, confrontos violentos entre torcedores e forças policiais resultaram na morte de duas torcedoras chilenas — uma delas identificada como jovem de 18 anos, enquanto a outra ainda não teve a idade confirmada.
CBF lamenta mortes e presta apoio ao Fortaleza
Em nota divulgada na manhã de sexta-feira (11), a CBF lamentou profundamente a morte das duas torcedoras do Colo-Colo e repudiou os atos de violência registrados. Segundo o comunicado, a entidade brasileira entrou em contato imediato com o CEO do Fortaleza, Marcelo Paz, oferecendo apoio total à delegação do clube cearense, que enfrentou momentos de tensão durante a estadia em Santiago.
Além disso, a CBF informou ter protocolado um pedido oficial à Conmebol às 2h10 da madrugada, direcionado ao Diretor de Competições, Fred Nantes, solicitando que a vitória por 3 a 0 seja atribuída ao Fortaleza. A justificativa está amparada no artigo 6, item 3, alínea “g”, e no artigo 24, item 2 do Código Disciplinar da Conmebol, que responsabiliza o clube mandante por garantir a segurança da partida e de seus participantes.
A CBF reforçou seu pedido às 9h15 da manhã da sexta-feira, por meio de uma nova comunicação oficial acompanhada de documentos anexos, endereçada aos órgãos judiciais da Conmebol. No material, a confederação detalha os motivos que justificam a punição ao Colo-Colo, incluindo a falha na segurança pública e a incapacidade do clube chileno de manter a ordem durante o evento esportivo.
A argumentação jurídica apresentada pela CBF tem como objetivo proteger os interesses do Fortaleza e evitar que o clube brasileiro seja prejudicado por eventos alheios à sua responsabilidade. A interrupção da partida e os episódios violentos representaram, segundo a CBF, um grave descumprimento das obrigações do mandante, que deve zelar pelo ambiente seguro nas dependências do estádio.
Repercussão internacional e expectativa por decisão da Conmebol
O caso repercutiu em diversos veículos de imprensa da América do Sul, gerando preocupações quanto à segurança nos jogos da Libertadores. A morte das duas torcedoras chilenas aumentou a pressão sobre a Conmebol para adotar medidas rigorosas. A entidade sul-americana ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido da CBF, mas deverá se manifestar nos próximos dias, após analisar a documentação e os relatos dos oficiais da partida.
Enquanto isso, o Fortaleza aguarda uma definição que pode alterar os rumos do grupo na competição. O time cearense, que tem se destacado nos últimos anos no cenário continental, busca assegurar os três pontos da partida interrompida diante do Colo-Colo, o que pode ser decisivo para sua classificação à próxima fase.