A Câmara Municipal de Cuiabá, em uma sessão ordinária realizada nesta quinta-feira (6), decidiu, por 19 votos a favor, um contra e cinco abstenções, cassar o mandato da vereadora Edna Sampaio (PT) pela segunda vez. A decisão se baseia em acusações de “rachadinha”, prática irregular na qual a vereadora teria recebido parte do salário de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu, no ano de 2023.
Processo de Cassação
A Comissão Processante contra Edna Sampaio foi iniciada em março deste ano para investigar alegações de rachadinha, prática que envolve a devolução indevida de salário. A acusação dizia respeito a um acordo entre a vereadora e sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu, em 2023. A CP foi composta por Sargento Vidal (MDB) como presidente, Eduardo Magalhães (Republicanos) como relator e Cezinha Nascimento (UB) como membro.
Aprovação do Relatório
Na terça-feira (4), a comissão aprovou por unanimidade o relatório que recomendava a cassação de Edna Sampaio por quebra de decoro parlamentar. Durante todo o processo, a vereadora não apresentou defesa nem indicou testemunhas. Na sessão desta quinta-feira, Edna também não compareceu, e um advogado da Câmara foi designado para defendê-la em plenário.
Esta não foi a primeira vez que Edna Sampaio perdeu o mandato. Anteriormente, ela foi cassada por 20 votos favoráveis e nenhum contrário, um feito inédito no Legislativo de Cuiabá.
A expectativa era alta para que, nesta segunda ocasião, o resultado fosse semelhante. Na véspera da sessão, Edna tentou obter um mandado de segurança para suspender a Comissão Processante, mas não teve sucesso.
Com a cassação confirmada, Edna Sampaio ainda pode recorrer ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) na tentativa de reverter a decisão e retornar ao cargo. A situação permanece incerta enquanto aguarda-se um possível recurso por parte da vereadora.
Votação dos Vereadores
Na votação desta quinta-feira, os seguintes vereadores votaram pela cassação de Edna Sampaio:
- Adevair Cabral (SD) – SIM;
- Cezinha Nascimento (UB) – SIM;
- Chico 2000 (PL) – SIM;
- Demilson Nogueira (PP) – SIM;
- Dilemário Alencar (UB) – SIM;
- Dr. Luiz Fernando (UB) – SIM;
- Eduardo Magalhães (Republicanos) – SIM;
- Felipe Corrêa (PL) – SIM;
- Jeferson Siqueira (PSD) – SIM;
- Kássio Coelho (PODEMOS) – SIM;
- Lilo Pinheiro (PP) – SIM;
- Marcus Brito Júnior (PV) – SIM;
- Maysa Leão (Republicanos) – SIM;
- Michelly Alencar (UB) – SIM;
- Rodrigo Arruda de Sá (PSDB) – SIM;
- Rogério Varanda (PSDB) – SIM;
- Sargento Joelson (PSB) – SIM;
- Sargento Vidal (MDB) – SIM;
- Wilson Kero Kero (PMB) – SIM.
Os seguintes vereadores estavam ausentes:
- Dídimo Vovô (PSB);
- Edna Sampaio (PT);
- Marcrean Santos (MDB);
- Paulo Henrique (MDB);
- Prof. Mario Nadaf (PV).
O único voto contrário foi de Renivaldo Nascimento (PSDB).
A possibilidade de recurso ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso mantém a expectativa sobre o futuro político de Edna Sampaio. A câmara continua a ser um palco de disputas e decisões importantes que impactam diretamente a representação legislativa e a confiança da população nos seus representantes.