O Brasil está passando pela pior seca da história desde o início da série histórica em 1950. Dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) indicam que a atual seca supera as estiagens de 1998 e 2015/2016, afetando 58% do território nacional.
A extensão da pior seca da história em 2024
Segundo o Cemaden, a seca deste ano se estende por 5 milhões de quilômetros quadrados, 500 mil a mais do que em 2015. O índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI) utilizado pelo instituto revela que o Brasil está enfrentando níveis de seca sem precedentes desde outubro de 2023, atingindo -1,94 em março de 2024, o pior indicador da série histórica.
Embora os dados do Cemaden comecem em 1950, algumas secas históricas, como a do final da década de 1870, não estão incluídas na comparação. No entanto, a atual seca é considerada a mais severa desde o início da série histórica, com baixos níveis de chuva e estresse na vegetação, aumentando o risco de incêndios.
Impacto nos municípios brasileiros
O boletim de monitoramento de secas de agosto de 2024 aponta que 3.978 municípios brasileiros estão em algum nível de seca, com 201 deles em situação extrema. São Paulo é o estado mais afetado, seguido por Minas Gerais e Mato Grosso. A previsão é que esse número possa chegar a 4.583 municípios neste mês.
A situação tende a se agravar, pois as chuvas devem atrasar, intensificando a seca nas regiões central e norte do país. Nas últimas 24 horas, o nível do rio Negro em Manaus caiu 25 cm, assim como o do Solimões em Manacapuru, segundo o Serviço Geológico do Brasil.
O Brasil enfrenta um desafio significativo com a pior seca da história desde 1950. A situação atual exige medidas urgentes para mitigar os impactos da seca e proteger as populações afetadas. A previsão de chuvas atrasadas e a intensificação da seca nas regiões central e norte do país indicam que o problema pode se agravar nos próximos meses.