Os advogados do general Walter Braga Netto, acusado pela Polícia Federal de envolvimento em tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa, negaram qualquer participação do militar em atos de conspiração.
A defesa afirma que Braga Netto não teve acesso a documentos relacionados a um suposto golpe e descartam a existência de discussões envolvendo assassinatos de lideranças políticas como Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Defesa reitera ausência de provas concretas sobre suposto golpe
As investigações conduzidas pela Polícia Federal identificam Braga Netto como o suposto líder de um grupo de 37 pessoas indiciadas no caso. No entanto, os advogados do general destacaram que ele não coordenou ações de tentativa de intervenção militar. Em uma publicação no Twitter/X, nesta sexta-feira (6), Braga Netto se posicionou: “O devido processo legal vai se sobrepor às narrativas”.
A defesa também reforçou que o militar não teve conhecimento de qualquer documento relacionado a um golpe de Estado, nem participou de planejamentos que envolvessem atos de violência ou assassinatos. Em declarações anteriores, o general já havia classificado as acusações como “fantasiosas e absurdas”.
Trajetória política e militar de Braga Netto
Walter Souza Braga Netto (@braganetto_gen) nasceu em 1º de março de 1957, em Belo Horizonte. Formado na carreira militar, o general ocupou posições de destaque ao longo de sua trajetória. Entre 2019 e 2020, assumiu o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército, o segundo posto mais importante da Força.
Em fevereiro de 2020, foi nomeado chefe da Casa Civil pelo então presidente Jair Bolsonaro, substituindo Onyx Lorenzoni. A mudança exigiu que Braga Netto passasse para a reserva. Durante o governo Bolsonaro, o general também assumiu a chefia do Ministério da Defesa em março de 2021, após a saída de Fernando Azevedo e Silva, em um período marcado por atritos entre o governo e as Forças Armadas.
A posse de Braga Netto no Ministério da Defesa ocorreu em um momento delicado, com a saída dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica em protesto contra as políticas do governo Bolsonaro. Apesar das turbulências, o general permaneceu à frente da pasta até março de 2022, quando foi designado assessor especial da Presidência.
Pouco depois, Braga Netto deixou a função para concorrer como vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022. Sua proximidade com Bolsonaro e lealdade política fizeram dele um dos aliados mais próximos do ex-presidente.
A defesa, no entanto, rechaça as alegações, classificando-as como infundadas. Para os advogados, não há evidências que sustentem as acusações, e o processo legal será essencial para esclarecer os fatos e proteger a imagem do general.