O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou que existe uma “boa chance” de a guerra contra a Rússia terminar rapidamente. No entanto, para que isso se concretize, ele defende que os aliados ocidentais intensifiquem a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, a fim de impedir qualquer tentativa de sabotagem das negociações de cessar-fogo.
Zelensky confia em cessar-fogo, mas alerta para riscos
Durante um pronunciamento, Zelensky afirmou que aceitou imediatamente a proposta de um cessar-fogo temporário de 30 dias, apresentada pelos Estados Unidos. A proposta, que já foi aprovada pelo líder ucraniano, inclui a suspensão de ataques por terra, mar e ar. O presidente destacou que as condições apresentadas superaram as expectativas da Ucrânia e são um primeiro passo essencial para a paz.
A proposta americana foi discutida entre representantes da Ucrânia e autoridades dos Estados Unidos na Arábia Saudita. Os encontros contaram com a presença do secretário de Estado americano, Marco Rubio, e do conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz. Segundo Zelensky, o principal desafio agora é garantir que a trégua seja respeitada por ambas as partes.
Apesar da esperança de um cessar-fogo, a situação militar na região de Kursk preocupa o governo ucraniano. Zelensky reconheceu que as tropas da Ucrânia enfrentam dificuldades na região, ocupada durante uma contraofensiva iniciada em agosto de 2024. De acordo com mapas de código aberto analisados pela Reuters, as forças ucranianas estão próximas de serem cercadas pelos militares russos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou essa preocupação, declarando que os soldados ucranianos estão “completamente cercados” e apelando para que Putin poupe vidas. No entanto, o Exército ucraniano negou o cerco e informou que as tropas foram realocadas para uma posição mais estratégica.
Impacto da suspensão de Inteligência dos EUA
A situação das tropas ucranianas se agravou nos últimos dias, após a suspensão do compartilhamento de Inteligência por parte de Washington. A decisão americana gerou especulações sobre uma possível retirada das tropas ucranianas da região de Kursk, o que pode impactar o desfecho do conflito.
A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura mais de três anos, desde que os primeiros ataques foram lançados em fevereiro de 2022. A contraofensiva ucraniana do ano passado resultou na retomada de algumas cidades da região de Kursk, mas a atual pressão russa tem dificultado os avanços do Exército ucraniano.