Uma explosão na principal estação ferroviária de Quetta, no Paquistão, resultou na morte de 25 pessoas e deixou mais de 50 feridos. O ataque, considerado um atentado suicida, foi reivindicado pelo grupo separatista Exército de Libertação Balúchi (BLA), que luta pela independência da região do Baluchistão.
Implicações do novo atentado à bomba
A explosão ocorreu em uma das mais movimentadas estações ferroviárias de Quetta, no Paquistão, durante a partida de um trem com destino a Peshawar. O ataque teria sido executado por um homem-bomba que, de acordo com autoridades locais, era vinculado ao grupo separatista BLA. Segundo a polícia, o alvo principal da ação eram militares paquistaneses. Entre as vítimas fatais, ao menos 14 eram soldados.
Câmeras de segurança instaladas na estação registraram o momento exato da explosão, que causou destruição em larga escala. Testemunhas relataram cenas de caos e desespero logo após a explosão, que arrancou a cobertura metálica instalada na estação para proteger passageiros das chuvas. Entre os feridos, estava Mohamed Umer, que aguardava para embarcar quando foi atingido pela explosão. “Assim que chegamos, houve a explosão e eu me vi ferido e hospitalizado”, contou Umer, um dos sobreviventes.
As forças de segurança paquistanesas estão conduzindo investigações para apurar os detalhes do atentado e identificar o responsável. De acordo com Mouzzam Jah Ansari, inspetor-geral da polícia do Baluchistão, o ataque foi orquestrado para atingir militares da Escola de Infantaria.
O superintendente sênior de operações policiais, Muhammad Baloch, confirmou que a explosão aconteceu quando o trem expresso estava prestes a partir para Peshawar, aumentando o número de vítimas na estação movimentada.
Grupo extremista BLA assumiu a autoria do ataque
O Exército de Libertação Balúchi, grupo separatista ativo no Baluchistão, declarou autoria do ataque. O BLA defende a autonomia da região, que abriga aproximadamente 15 milhões de habitantes e faz fronteira com Afeganistão e Irã.
Esta província, considerada uma das mais pobres do Paquistão, é rica em recursos minerais e de gás, o que gera constantes atritos com o governo paquistanês, acusado pelo BLA de explorar esses recursos em detrimento da população local.
O BLA, movimento que defende a independência do Baluchistão, vem realizando ataques constantes contra forças policiais e alvos ligados ao governo paquistanês.
A região tem sido palco de uma longa série de conflitos, motivados pela insatisfação de grupos étnicos que alegam serem marginalizados e economicamente explorados pelo governo central. Em agosto, o BLA também assumiu a responsabilidade por uma série de ataques coordenados na região, que deixaram pelo menos 39 mortos, um dos incidentes mais violentos do ano.
Diante do ocorrido, o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, condenou veementemente o ataque e afirmou que os responsáveis “pagarão um preço alto” pelos atos cometidos. A declaração de Sharif reflete a postura do governo paquistanês, que tem intensificado a repressão contra grupos separatistas na tentativa de estabilizar a região e assegurar os investimentos estrangeiros, especialmente de parceiros como a China.