Nesta segunda-feira (9), deputados e senadores da oposição protocolaram oficialmente um pedido de “impeachment de Alexandre de Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi entregue ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que recebeu o grupo em sua sala no Congresso Nacional. Apesar da formalização, há incertezas sobre a continuidade do processo, já que Pacheco não sinalizou se dará andamento ao pedido.
O Pedido de Impeachment de Moraes
O documento de impeachment de Alexandre de Moraes conta com o apoio de 153 deputados federais, sendo liderado por nomes de destaque da oposição, como o senador Eduardo Girão (Novo-CE) e os deputados federais Coronel Meira (PL-PE), Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF).
Além dos parlamentares, o pedido também foi respaldado por mais de 1,4 milhão de assinaturas populares, uma demonstração de apoio popular significativo à causa.
Os parlamentares acusam o ministro de cometer abusos de poder e de violar direitos constitucionais, especialmente no contexto das ações judiciais relacionadas aos protestos de 8 de janeiro. Entre as acusações listadas no pedido estão o uso indevido de prisão preventiva e a negativa de liberdade provisória para pessoas com problemas graves de saúde.
Motivações do Pedido
As razões para o impeachment de Moraes são diversas e foram detalhadas pelos parlamentares. Entre as principais alegações estão:
– Violação de direitos humanos e legais: Os signatários argumentam que o ministro cometeu violações sistemáticas dos direitos fundamentais previstos na Constituição, prejudicando cidadãos e advogados envolvidos nos processos do 8 de janeiro.
– Abuso de poder: Moraes é acusado de utilizar sua posição para aplicar medidas coercitivas de maneira desproporcional, como no caso de prisões preventivas, que teriam sido utilizadas para obter delações premiadas, prática criticada pelos autores do pedido.
– Prevaricação: Um dos pontos mais graves mencionados no documento é a acusação de prevaricação, que teria resultado na morte de Clériston Pereira da Cunha. O caso, de acordo com os parlamentares, foi desencadeado pela atuação indevida do ministro.
Essas acusações, segundo os opositores, “transcendem a dicotomia política entre esquerda e direita”. A justificativa principal apresentada pelos signatários é a defesa da democracia, afirmando que as ações de Moraes colocam em risco os valores democráticos no Brasil.
Apoio popular
O movimento em torno do “impeachment de Alexandre de Moraes” foi fortemente impulsionado por um apoio popular significativo. Mais de 1,4 milhão de cidadãos assinaram o pedido, o que os líderes da iniciativa interpretam como um reflexo do descontentamento generalizado com as ações do ministro.
Esse número expressivo demonstra que, para além do debate político no Congresso, há um interesse público considerável em discutir os limites da atuação de membros do Judiciário.
Posição de Rodrigo Pacheco
Embora o pedido de impeachment de Moraes tenha sido oficialmente protocolado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ainda não indicou se dará continuidade ao processo. Durante o encontro com os parlamentares, Pacheco apenas se comprometeu a receber a solicitação, sem dar qualquer garantia de que o pedido seria levado adiante.
A incerteza sobre o destino do processo é uma questão central para os opositores, que afirmam que o impeachment de Moraes é essencial para “restabelecer o equilíbrio entre os poderes”. No entanto, sem o aval de Pacheco, o pedido pode acabar arquivado, como aconteceu com outras tentativas de impeachment de ministros do STF em ocasiões anteriores.