O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu as críticas feitas por Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, após Marçal ser impedido de subir no trio elétrico durante uma manifestação na paulista realizada neste sábado (7). O evento, promovido por grupos de direita, reuniu milhares de apoiadores, mas foi marcado pelo desentendimento entre os dois políticos.
A manifestação na Paulista
Em nota divulgada após o evento, Jair Bolsonaro destacou que os candidatos à prefeitura de São Paulo foram previamente convidados para participar da manifestação na paulista. Segundo o ex-presidente, tanto o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) quanto Marina Helena (Novo) compareceram e mantiveram uma “conduta exemplar e respeitosa”, de acordo com as pautas defendidas no protesto, que incluíam temas como liberdade e equilíbrio entre os Poderes.
No entanto, Bolsonaro foi enfático ao criticar a tentativa de Pablo Marçal de subir no trio elétrico já no final da manifestação. O ex-presidente explicou que o evento já havia sido encerrado quando Marçal tentou se aproximar para acenar ao público.
“O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso, quando então surgiu o candidato Pablo Marçal, que queria subir no carro de som e acenar para o público (fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros), e não foi permitido por questões óbvias”, escreveu Bolsonaro.
Pablo Marçal contesta
Por outro lado, Pablo Marçal apresentou sua versão do ocorrido. O candidato, que havia retornado de uma viagem a El Salvador, afirmou que seguiu direto do aeroporto para o ato na Avenida Paulista, sob a expectativa de participar do evento. Marçal declarou ter sido convidado pessoalmente por Bolsonaro para comparecer, mas foi surpreendido ao ser impedido de acessar o trio elétrico.
“Voltei para o Brasil e fui direto para o ato patriótico na Avenida Paulista, para o qual fui convidado pelo próprio presidente Bolsonaro. Fui surpreendido com o impedimento do acesso ao caminhão”, disse o candidato.
A nota oficial de Bolsonaro
Jair Bolsonaro reiterou seu apoio aos presentes na manifestação na paulista e ressaltou a importância do ato em defesa da liberdade. Na nota completa, o ex-presidente destacou a presença de outros candidatos à prefeitura, como Ricardo Nunes e Marina Helena, e criticou Marçal por tentar se aproveitar do evento para autopromoção.
“Parabéns a todos que participaram dos atos pela liberdade na Paulista. Os candidatos a prefeito por São Paulo foram convidados. O atual prefeito Ricardo Nunes e Marina Helena compareceram desde o início e tiveram uma conduta exemplar e respeitosa, à altura das pautas defendidas: liberdade, anistia e equilíbrio entre os três Poderes”, afirmou Bolsonaro.
“O único e lamentável incidente ocorreu após o término do meu discurso, quando então surgiu o candidato Pablo Marçal que queria subir no carro de som e acenar para o público, mas não foi permitido por questões óbvias”, completou.
Implicações políticas
O incidente entre Bolsonaro e Pablo Marçal ganhou repercussão devido ao cenário político de São Paulo, onde a disputa pela prefeitura está se aproximando. Bolsonaro, que ainda mantém uma base sólida de apoio, tem forte influência entre os eleitores de direita, especialmente em eventos como o realizado na Avenida Paulista.
A atitude de Marçal, por sua vez, pode ser vista como uma tentativa de se aproximar desse eleitorado, mas o desentendimento com o ex-presidente pode acabar prejudicando sua campanha.
Embora Pablo Marçal tenha afirmado que foi convidado por Bolsonaro para o evento, o incidente gerou especulações sobre a verdadeira relação entre os dois. Marçal, que busca se destacar na corrida pela prefeitura de São Paulo, já havia se posicionado como um candidato de direita, mas o conflito público com Bolsonaro pode indicar uma falta de alinhamento entre suas campanhas.
O apoio de Jair Bolsonaro é visto como crucial para candidatos conservadores em São Paulo, e o episódio pode afetar as estratégias de Marçal para conquistar o eleitorado bolsonarista.