*Sêmia Mauad/ Opinião MT
Promotores do Ministério Público realizaram pedido na décima segunda vara criminal de Cuiabá solicitando destituição do advogado da família de Roberto Zampieri, Giovani Santin, de ação penal que investiga a morte do jurista.
Eles alegam que a permanência dele no processo é insustentável. Isso porque Santin fez pedido de devolução dos itens pessoais do advogado assassinado e a destruição das informações que foram coletadas do celular da vítima, o que poderia atrapalhar a investigação. Tais pedidos do jurista ainda se mostrariam contrários aos trabalhos desenvolvidos pelo Ministério Público.
“Na contramão do interesse público, o assistente postula pela devolução do aparelho celular da vítima e destruição de todos os dados contidos no HD externo”, ressalta trecho da solicitação de afastamento.
Os promotores ainda reforçaram no documento que o advogado da família de Zampieri estaria “tumultuando o feito com vistas tão somente aos interesses privados da vítima e de eventuais terceiros interessados”.
O pedido de retirada de Santin foi solicitado pelos promotores Jorge Pereira, Marcelle da Costa e Faria e Samuel Frungilo. O advogado Santin estaria atuando como assistente e subordinado, portanto, ao Ministério Público, que tem a titularidade do processo.
A investigação da morte do advogado Roberto Zampiere já levou ao afastamento cautelar das funções, de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso: Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho. Diante disso, o corregedor nacional e ministro Luis Felipe Salomão, determinou instauração de reclamações disciplinares contra os dois desembargadores. Eles ainda terão sigilo bancário e fiscal quebrados nos últimos 5 anos para investigação.
Há a suspeita de que os desembargadores teriam amizade com Zampieri e que o advogado de certa forma, se beneficiaria com isso. Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho ainda receberiam “presentes” de alto valor ou pagamento para que julgassem os recursos com intuito de favorecer Zampieri, como diz o trecho da decisão do Corregedor. “As investigações acenam para um cenário de graves faltas funcionais e indícios de recebimento de vantagens indevidas”.
o OUTRO LADO
A família do advogado Roberto Zampieri afirma que é um “absurdo” o pedido de afastamento do advogado Santin do processo que investiga o homicídio do jurista.
A esposa de Zampieri, Adriana Zampieri, reforçou em resposta formal ao Ministério Público, que o pedido é “absolutamente equivocado” e reforçou que Santin em nenhum momento se mostrou contrário aos interesses do MP e que os pedidos de destruição das informações que foram coletadas do celular da vítima e de devolução dos itens pessoais do advogado, buscam apenas “manter a privacidade da família”.
Adriana Zampieri ainda reforçou que a família quer que “os responsáveis pela morte do advogado sejam julgados e condenados”.